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COP-27: Lula cobra mais países no Conselho de Segurança da ONU e fim do ‘privilégio do veto’

Presidente eleito defende medida como fundamental para ‘efetiva promoção da paz e do equilíbrio’ e disse que ‘acordos já finalizados têm que sair do papel’

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Foto do author João Ker
Atualização:

Recebido sob aplausos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu durante seu discurso na COP-27 na tarde desta quarta-feira, 16, que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) amplie a participação de países e acabe com o “privilégio do veto” garantido apenas aos cinco membros permanentes. Segundo o petista, a medida é fundamental para a “efetiva promoção da paz e do equilíbrio”.

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“O mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz”, disse Lula, propondo uma “nova governança global, sobretudo na questão climática”.

“A ONU precisa avançar. Não é possível que a ONU seja dirigida sob a mesma ótica da geopolítica da Segunda Guerra. O mundo mudou, os países mudaram e querem participar mais”, reforçou Lula, afirmando que “os continentes querem estar representados”. “Não há nenhuma explicação para que só os vencedores da Segunda Guerra Mundial sejam os que mandam e dirijam o Conselho de Segurança.”

A função do Conselho de Segurança da ONU, pelo menos no papel, é promover a paz mundial, a segurança internacional e o desenvolvimento humano através de articulações políticas entre os países.

Ele é considerado um dos principais órgãos das Nações Unidas, formado por 15 nações com direito a voto. Destas, cinco têm cadeira permanente no grupo e poder de veto: Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China e Rússia.

O Brasil voltou a integrar o Conselho de Segurança da ONU com um assento temporário para o biênio de 2022-2023. A última vez que o País integrou o grupo foi no biênio 2010-2011.

Lula levou multidão para evento na COP nesta quarta Foto: Khaled Elfiqi / EFE

“A minha volta também é para cobrar aquilo que foi prometido na COP15″, disse Lula, fazendo referência à promessa firmada na cúpula de 2009, quando países ricos se comprometeram a direcionar US$ 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os menos desenvolvidos a enfrentarem as mudanças climáticas. “Este compromisso não foi e não está sendo cumprido.”

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Em seu discurso nesta quarta, Lula reforçou a ideia de que “não existem dois planetas Terra”, em aceno ao seu discurso de vitória nas eleições, quando afirmou que “não existem dois Brasis”. “Somos uma única espécie, chamada Humanidade, e não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres”, disse.

O presidente eleito também foi incisivo no combate às mudanças climáticas e pediu “mais confiança e determinação” na liberação de recursos para que os países mais pobres “possam enfrentar as consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos”: “Precisamos de mais liderança para reverter a escalada do aquecimento. Os acordos já finalizados têm que sair do papel”.

“Precisamos de mais empatia uns com os outros. Precisamos construir confiança entre nossos povos. Precisamos nos superar e ir além dos nossos interesses nacionais imediatos, para que sejamos capazes de tecer coletivamente uma nova ordem internacional, que reflita as necessidades do presente e nossas aspirações de futuro”, disse Lula, afirmando que o compromisso do Brasil será “com a construção de um mundo mais justo e solidário” e “uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade”.

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