O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a Cúpula da Amazônia, em Belém, nesta terça-feira defendendo um modelo de desenvolvimento que combine proteção ambiental e geração de empregos. O evento reúne os representantes dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Os países do bloco assinarão uma declaração fixando compromissos para preservação da Floresta Amazônica.
Além de Lula, quatro chefes de Estado dos países amazônicos participam do encontro: Gustavo Petro, da Colômbia; Luis Arce, da Bolívia; Dina Boluarte, do Peru; e Mark Phillips, da Guiana. Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; do Equador, Guillermo Lasso; e do Suriname, Chan Santokhi, não vieram ao encontro.
“Hoje nos reunimos com três grandes propósitos. Primeiro, vamos discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos de quem vive na Amazônia. Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social; o fomento à ciência, tecnologia e inovação; o estímulo à economia local; o combate ao crime internacional; e a valorização dos povos indígenas e comunidades tradicionais e seus conhecimentos ancestrais”, disse Lula.
O presidente destacou a importância de fortalecer a OTCA e lembrou que desde a assinatura do Tratado de Cooperação da Amazônia, em 1978, os chefes de Estado só tinham se reunido três vezes. De acordo com Lula, a reunião fortalece os países para negociar no contexto global.
“Finalmente fortaleceremos o lugar dos países detentores das florestas tropicais na agenda global, em temas que vão do enfrentamento à mudança do clima à reforma do sistema financeiro internacional”, afirmou.
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Após a abertura da Cúpula, representantes da sociedade civil apresentam suas demandas aos chefes de Estado para que estabeleçam os objetivos que estarão na Declaração de Belém, documento que vai reunir os compromissos dos países para preservação da floresta.
Durante esta terça-feira, Lula almoça com os chefes de Estado e lança o documento. O presidente participa ainda de uma reunião bilateral com o presidente da Bolívia, Luis Arce.
Ainda nesta terça, Lula destacou que, para resolver os problemas da região, “precisamos reconhecer que ela também é um lugar de carência socioeconômica histórica”. “Não é possível conceber a preservação sem reconhecer os múltiplos problemas estruturais que ela enfrenta.” O presidente brasileiro voltou a falar em financiamento bancado pelos países ricos.
O presidente boliviano, Luis Arce, pontuou o papel mundial no combate às mudanças climáticas. “O fato de a Amazônia ser um território importante não implica que os efeitos da crise climática tenham que recair nas nossas mãos e nas nossas economias, porque essa crise climática mundial não foi gerada por nós. São esses os países (em referência aos países industrializados) que têm que contribuir em maior medida para a solução desse problema, portanto é importante reafirmar nossos compromissos com princípio de equidade e justiça climática.”
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