PUBLICIDADE

Estadão acompanha operação da PF de destruição de garimpo ilegal no Rio Madeira; veja vídeo

Com a queima de balsas e dragas ao longo do Rio Madeira, no Amazonas,os agentes destroem as máquinas e evitam que elas voltem a ser utilizadas. Medida é regulamentada e tem previsão legal

PUBLICIDADE

Foto do author André Borges

As ações federais de repressão ao garimpo ilegal ao longo do Rio Madeira, no Estado do Amazonas, avançam no segundo dia, com a destruição de todas as balsas e dragas encontradas pelos agentes da Operação Uiara, batizada com a palavra que tem origem na língua tupi e significa “mãe da água”.

Ao menos 31 balsas e 69 dragas, que são os equipamentos usados para sugar o leito do rio, já foram destruídas pela operação, que reúne agentes da Polícia Federal, Ibama, Marinha e Aeronáutica. Parte dos equipamentos está sendo queimada pelos agentes. O que se pretende com esse gesto, que é frequentemente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, é inviabilizar o maquinário utilizado para a prática do crime ambiental.

PUBLICIDADE

Neste domingo, 28, duas pessoas foram detidas durante a abordagem policial. Elas estavam com ouro e foram encaminhadas à superintendência da Polícia Federal do Amazonas, em Manaus. A operação policial começou na madrugada do sábado, 27. Depois de dezenas de abordagens feitas na região de Autazes e Nova Olinda do Norte, no Estado do Amazonas, ela segue para o trecho do rio que corta o município amazonense de Borba.

A ação de queimar os equipamentos tem previsão legal e é regulamentada. Dessa forma, os agentes destroem as máquinas e evitam que estas voltem a ser utilizadas, de alguma maneira. O prejuízo financeiro causado aos donos dos equipamentos também é mais um reflexo desse tipo de medida, o que acaba retardando os planos dos empresários do garimpo de retomarem as operações.

O Estadão acompanhou uma dessas destruições nas margens do Rio Madeira, na altura do município de Nova Olinda do Norte, por agentes da Polícia Federal. Ao abordarem a balsa, peritos da PF colheram itens pessoais deixados pelos garimpeiros e material retirado pelas dragas.

Operação da PF queima embarcações ilegais de garimpo que tomam Rio Madeira Foto: Policia Federal

A queima da estrutura é feita com o próprio combustível encontrado nas estruturas, que normalmente carregam grandes tanques de plástico com centenas de litros de gasolina. Em cerca de cinco minutos, o fogo se alastra e coloca tudo abaixo. Com o calor extremo, os equipamentos de ferro costumam dilatar, comprometendo uma nova utilização. Com o afundamento no leito do rio, torna-se item irrecuperável.

O recolhimento desse material também não costuma ser feito pelos agentes, dadas as difíceis situações logísticas nas quais são encontrados. O transporte do equipamento, além de ser complexo, também pode colocar os próprios agentes em novas situações de risco.

Publicidade

Centenas de garimpeiros subiram o Rio Madeira, sentido Humaitá, na última sexta-feira, 26, um dia antes de ser deflagrada a operação que reúne agentes da Polícia Federal, Ibama e Marinha, de vários Estados. Muitos garimpeiros abandonaram as balsas nas margens do rio e fugiram pela.

Apesar da estrutura precária das balsas que diariamente é encarada pelos garimpeiros que operam os equipamentos – muitas vezes acompanhados de suas famílias –, geralmente estes não são os donos do equipamento. Trata-se, na maioria dos casos, de pessoal que presta serviços para terceiros que financiam a operação.

As balsas em si são baratas, por se tratar de estruturas feitas, basicamente, de madeira. O maquinário colocado sobre elas, porém, é equipamento pesado, com preço que pode oscilar de R$ 50 mil a R$ 1 milhão. Em alguns casos, estruturas mais bem equipadas chegam a ultrapassar esse valor, segundo os agentes policiais.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.