Dia mais quente já registrado na Terra foi segunda-feira, 3 de julho

Calor recorde no planeta ocorre após a formação do El Niño

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A última segunda-feira, dia 3, foi o dia mais quente já registrado no planeta Terra, segundo o Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, ligado à Agência de Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês). A temperatura média do planeta chegou a 17,01°C, superando o recorde anterior, de agosto de 2016, quando foram registrados 16,92°C.

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O recorde é atingido 12 dias após o início do verão no hemisfério Norte e semanas após o início da formação do El Niño, fenômeno caracterizado pelo aumento da temperatura na superfície do oceano Pacífico, na região equatorial.

Na segunda metade de junho, serviços europeus de observação climática divulgaram que o começo do mês foi o mais quente da história. Em maio, a temperatura da superfície oceânica também foi recorde.

Dados do Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos mostram que temperatura na Terra atingiu o recorde 17,01ºC Foto: Climate Reanalyzer

“Infelizmente, promete ser apenas o primeiro de uma série de novos recordes estabelecidos este ano, à medida que as emissões crescentes de carbono e gases de efeito estufa, juntamente com um crescente evento El Niño, levam as temperaturas a novos recordes”, previu Zeke Hausfather, pesquisador cientista da Berkeley Earth (organização não governamental norte-americana que estuda o clima), em um comunicado.

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Salvar vidas e meios de subsistência

Nesta terça-feira, 4, a ONU pediu aos governos que antecipem as consequências do fenômeno meteorológico do El Niño “para salvar vidas e meios de subsistência”.

Em partes do sul da América Latina, no sul dos Estados Unidos, no Chifre da África e na Ásia central, o El Niño está associado ao aumento das chuvas. E pode causar secas na Austrália, Indonésia e em partes do sudeste asiático e da América Central.

Por outro lado, suas águas quentes podem alimentar furacões no centro e leste do oceano Pacífico e retardar a formação desses ciclones no Atlântico. Os efeitos nas temperaturas mundiais geralmente são percebidos no ano seguinte ao desenvolvimento do fenômeno.

“A chegada do El Niño aumentará consideravelmente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e desencadear um calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos”, alertou Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

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Este anúncio do episódio do El Niño “é um sinal para os governos do mundo se prepararem para limitar os efeitos sobre nossa saúde, nossos ecossistemas e nossas economias”, acrescentou o chefe desta agência especializada da ONU.

Novo sinal de alarme

O El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos, e geralmente dura entre nove e doze meses. É um fenômeno climático natural associado ao aquecimento da temperatura da superfície do oceano, no centro e leste do Pacífico tropical. Mas o episódio atual “é registrado, no entanto, no contexto de um clima modificado pelas atividades humanas”, destacou a OMM.

Guarda usa ventilador elétrico no pescoço e enxuga o suor em Pequim; capital da China teve nove dias consecutivos em que a temperatura ultrapassou os 35°C e enchentes desalojaram milhares de pessoas no país Foto: Andy Wong/AP

Com a perspectiva deste fenômeno, a organização previu em maio que ao menos um dos próximos cinco anos, e os cinco anos entre 2023 e 2027 como um todo, seriam os mais quentes já registrados.

Também estimou em 66% a probabilidade de que a temperatura média anual da superfície da Terra exceda os níveis pré-industriais em 1,5 °C durante pelo menos um desses cinco anos.

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“Isso não quer dizer que nos próximos cinco anos vamos ultrapassar o nível de 1,5°C especificado no Acordo de Paris, já que esse acordo se refere ao aquecimento de longo prazo em muitos anos. Mas é um novo sinal de alarme”, disse Chris Hewitt, responsável dos serviços climáticos da OMM. / com AFP

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