Em casa, na rua, na escola, na praia, no supermercado, na feira ao ar livre: em todo o lugar é possível reduzir a produção de resíduos. Para contribuir nesta luta sustentável, o Estadão reuniu seis dicas de como construir um mundo sem lixo ou ao menos como dar o pontapé inicial para a adoção de boas práticas.
A tarefa não é simples. Isso porque o brasileiro recicla pouco e a produção de resíduos só cresce no País. Conforme a ONU Meio Ambiente, a América Latina produz 541 mil toneladas. O Brasil é responsável por 40% desse total.
Na perspectiva de converter ao menos 1% da população para “salvar o mundo”, a engenheira ambiental Maria Constantino começou a mudança dentro de casa e hoje compartilha as práticas com mais de 20 mil seguidores no Instagram (@mariaviroueco). Maria indica que para transformar o planeta positivamente não precisa de coisas “mirabolantes”.
“É o nosso dia a dia, as pequenas práticas, o que a gente coloca dentro de casa, as nossas escolhas pelos materiais e objetos.” A engenheira diz que a população precisa analisar o que está consumindo e se entender como o agente mais importante desta cadeia de produção. Em tempos de crise econômica e energética, gerar menos lixo também ajuda a poupar recursos.
Além disso, vale a pena cobrar práticas sustentáveis das empresas. “Consumir produtos e serviços de quem realmente se importa com o meio ambiente”, complementa.
Na mesma via, Cristal Muniz, autora do livro Uma vida sem lixo, sinaliza que o primeiro passo é olhar para a lixeira de casa e identificar os tipos de resíduos, para saber quais são as fontes e ter noção do que melhor fazer para reduzir aquele volume. Uma estratégia adotada pela própria escritora foi começar a redução pelo que mais detesta gerar. “Quando você conseguir parar, vai ser muito satisfatório e vai te dar combustível para seguir fazendo outras mudanças”, testemunha.
Justamente para tratar sobre como o mundo pode zerar a geração desse material, Cristal participa, ao lado da pesquisadora Gina Rizpah, da 11.ª edição da Virada Sustentável. “Educação e Economia Circular: Construindo um Mundo sem lixo” será o tema da discussão com mediação de Edson Grandisoli, embaixador do movimento economia circular, no próximo 20 de setembro.
Co-fundador do Virada Sustentável, André Palhano frisa que antes de abrir uma lista é preciso estimular a consciência das pessoas sobre a importância de reduzir a geração de resíduos. Palhano entende ainda que um ponto-chave para esta virada está na necessidade de consumir o essencial. “Nós produzimos grande quantidade de lixo e não percebemos. Não vemos porque ele some”, diz.
O evento tem parceria do Estadão e, de maneira híbrida, com programação online e presencial, segue até 22 de setembro em mais de 400 espaços em todas as regiões de São Paulo.
Conheça seis medidas para começar a reduzir o lixo a partir de já
Mercado sem sacola Uma dica para realizar a feira de casa no mercado é não utilizar nenhuma sacola plástica. Opte por unidades feitas de pano, por exemplo.
- Encomendas delivery Se possível, converse com o atendente do local de onde sairá o pedido de delivery e peça para que não sejam enviadas tantas embalagens.
- Cestos para resíduos Sabe aquele cesto no banheiro ou na pia para juntar o material descartado? Troque o saco plástico por um de bioplástico, feito com produtos renováveis. Nas cozinha maiores, a recomendação é uma composteira doméstica. É simples e possível de ter até em apartamentos pequenos que transformam o resíduo orgânico em adubo sem deixar cheiro e sem atrair bichos.
- Cozinha Já pensou em usar uma bucha vegetal para lavar a louça? Além disso, reutilize as embalagens de pote de vidro para mantimentos, marmitas e congelamento. Por último, lave os recicláveis e seque-os antes de destinar.
- Reciclagem Com os resíduos inorgânicos devidamente separados, é hora de destiná-los da forma mais correta. Por isso, nada melhor do que saber os dias certos da coleta seletiva no seu bairro.
- Com os pets Em vez dos saquinhos comuns, opte pelos de bioplásticos que sejam compostáveis.
Correções
Ao contrário do publicado na primeira versão do texto, o Brasil não produz cerca de 541 mil toneladas por dia. Os dados corretos são: a América Latina produz 541 mil toneladas de lixo. O Brasil é responsável por 40% desse total
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