El Niño começa oficialmente com previsão de ser um dos mais intensos das últimas décadas

Fenômeno climático responsável pelo aquecimento das águas do Pacífico costuma provocar seca e calor mais intenso no Brasil e em outros países da América Latina

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Por Redação
Atualização:

Um El Niño antecipado já está oficialmente formado. Deve ser forte, bagunçar o clima em todo o mundo e dar a uma Terra já em aquecimento um pouco mais de calor, segundo anunciaram meteorologistas nesta quinta-feira, 8. A Administração Nacional de Atmosferas e Oceanos (NOAA, na sigla em inglês) lançou um alerta nesta manhã anunciando a formação do fenômeno climático. E ele deve ser levemente diferente dos anteriores.

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O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, o que acaba tendo influência no clima mundial, com impactos na temporada de furacões no Atlântico e de ciclones no Pacífico.

Neste ano, o El Niño se formou pelo menos um mês antes do que costuma acontecer, o que dá ao fenômeno um pouco mais de tempo para crescer. Com isso, segundo os especialistas, há 56% de chances de ser considerado forte e 25% de atingir proporções gigantescas, segundo a cientista Michelle L´Heureux, responsável pelo escritório de previsões climáticas El Niño/La Niña da NOAA.

El Niño pode provocar graves secas e prejudicar economia global Foto: Ezequiel Becerra/AFP

Com isso, existe a possibilidade de 2023 bater um novo recorde de ano mais quente dos registros, com temperaturas superiores às registradas em 1998 e 2016, anos especialmente quentes. A combinação do fenômeno climático especialmente intenso com a aceleração dos efeitos do aquecimento global seria responsável pelo recorde.

“Se este El Niño alcançar a categoria dos mais fortes será a recorrência mais curta do registro histórico”, afirmou Kim Cobb, cientista climática da Universidade de Brown, nos EUA.

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Um intervalo tão curto entre dois El Niños especialmente fortes deixa as comunidades com menos tempo hábil para se recuperarem de danos a infraestrutura, agricultura e ecossistemas provocados pelo fenômeno.

Pelos próximos meses, durante o inverno, o El Niño deve ser sentido mais fortemente no hemisfério sul. Entre os países mais atingidos estão Brasil, Colômbia e Venezuela, com previsões de secas intensas, bem como Índia e Indonésia.

O fenômeno climático tem um custo alto à economia global. Segundo estimativas do Banco Mundial, o El Niño de 1997 e 1998 custou aos cofres públicos dos países mais atingidos US$ 45 bilhões (R$ 222 bilhões).

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