La Niña, que costuma reduzir o calor no planeta, deve atrasar. Veja nova previsão

Fenômeno climático está associado a mudanças na circulação atmosférica, com ventos e precipitação;

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Por Redação
Atualização:

A Organização das Nações Unidas (ONU) revisou nesta quarta-feira, 11, suas previsões e indicou que o fenômeno climático La Niña, que normalmente traz temperaturas mais baixas, pode ser adiado e não chegar no fim deste ano, como previsto anteriormente.

A probabilidade de que as condições neutras atuais (ou seja, sem os fenômenos climáticos El Niño e La Niña) deem lugar a um episódio de La Niña é agora de 55% para o período de setembro a novembro de 2024, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Rio Solimões, no Amazonas, sofre com seca prolongada neste ano Foto: Ricardo Stuckert/PR - 10/9/2024

Em sua previsão anterior, em junho, a OMM havia estimado uma chance de 60% de La Niña em julho-setembro e uma chance de 70% em agosto-novembro.

  • O La Niña causa resfriamento das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico Equatorial Central e Oriental. Esse fenômeno está associado a mudanças na circulação atmosférica tropical, com ventos e precipitação.
  • No entanto, os efeitos precisos variam conforme a intensidade, a duração e a época do ano em que o fenômeno ocorre, bem como o local onde ele ocorre e a interação com outros fenômenos climáticos.

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De acordo com a OMM, o El Niño e a La Niña, que são fenômenos naturais, “estão ocorrendo agora no contexto da mudança climática induzida pelo homem”, que está aumentando as temperaturas e causando condições climáticas extremas.

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Em entrevista ao Estadão, o climatologista Carlos Nobre disse que a situação surpreende a comunidade acadêmica. “No começo de 2022 a ciência previu, muito bem, que teríamos um El Niño forte e a temperatura anual poderia ficar 1,3ºC acima da média. De fato, tivemos um El Niño forte, o terceiro mais forte dos registros, mas o aumento da temperatura chegou a 1,5ºC. No nosso pior cenário, chegaríamos a um aumento de 1,5ºC em 2028. Milhares de cientistas estão tentando explicar o que aconteceu”, disse.

“O El Niño praticamente desapareceu em maio, mas os oceanos continuam quentes, continuam induzindo a seca na Amazônia. Estamos tentando explicar por que aumentou mais do que tínhamos previsto”, acrescentou ele, que fez carreira como pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e é um dos principais nomes nos estudos sobre aquecimento global. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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