PUBLICIDADE

Governo oferece agora Serra da Canastra e mais quatro unidades de conservação à iniciativa privada

Áreas foram adicionadas ao ao Programa Nacional de Desestatização (PND), que centraliza as concessões para exploração comercial

PUBLICIDADE

Foto do author André Borges
Foto do author Luci Ribeiro
Por André Borges e Luci Ribeiro (Broadcast)

BRASÍLIA – A transformação de unidades de conservação ambiental federais em unidades sob gestão privada avança na gestão do presidente Jair Bolsonaro, em linha com o que pretendia promover o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Nesta terça-feira, 8, o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) mais cinco unidades que entram para o Programa Nacional de Desestatização (PND), que centraliza as concessões para exploração comercial das áreas. Nas concessões, as receitas das empresas estão associadas à cobrança de entrada nas áreas, abertura de lojas e restaurantes, oferta de serviços de turismo, entre outros.

Atração turística no Parque Nacional do Caparaó, na divisa de Minas Gerais e Espírito Santo Foto: Governo de MG

PUBLICIDADE

Na lista das unidades que passam a fazer parte do chamado Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) está, agora, o Parque Nacional da Serra da Canastra, localizado nas regiões de Cerrado do oeste e sul de Minas Gerais, nas bacias hidrográficas do rio São Francisco, rio Grande e rio Paranaíba. É reconhecido pela beleza de seus “chapadões”, como o chapadão da Canastra e o chapadão da Babilônia.

Outras quatro unidades que serão oferecidas à iniciativa privada são os parques nacionais da Restinga de Jurubatiba, no Rio de Janeiro; da Serra do Cipó, em Minas Gerais; de Caparaó, na divisa entre Minas e do Espírito Santo; e a Floresta Nacional de Ipanema, em São Paulo.

Desde o início de 2019, quatro concessões foram concluídas pelo governo, as dos parques nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, além das florestas nacionais de Canela e de São Francisco de Paula.

Há outras sete unidades que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, estão em fase adiantada e serão repassadas a empresas neste ano, os parques nacionais da Serra dos Órgãos, de Jericoacoara, da Chapada dos Guimarães, de Brasília, de Anavilhanas e de Jaú, além da Floresta Nacional de Brasília.

Em dezembro do ano passado, o BNDES e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que é o órgão federal responsável por essas unidades, assinaram um contrato para “estruturação de projetos” voltados à concessão de unidades de conservação ambiental. Esta nova leva de unidades faz parte desse acordo.

Publicidade

O BNDES faz os estudos técnicos, a modelagem dos projetos e a preparação do processo licitatório para a concessão de todas as unidades de conservação. O ICMBio realiza a licitação.

O governo defende que a medida busca a “ampliação de oportunidades de investimento e a melhoria na infraestrutura dos serviços prestados ao cidadão”. 

Por outro lado, uma parcela dos ambientalistas critica a proposta, por avaliar que esvazia parte do trabalho feito pelo ICMBio, que tem sido esvaziado em sua estrutura e orçamento. Desde o início do governo esteve nos planos de Bolsonaro fundir o órgão com o Ibama. Os dois institutos ligados ao Ministério do Meio Ambiente. 

Atualmente, há 24 parques voltados à visitação com serviços já concedidos em todo o País, sendo oito deles federais.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.