O baixo nível de água em um dos lagos do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, por causa da falta de chuvas, resultou na formação de uma pequena ilha cercada por água verde neste domingo, 29. A coloração esverdeada já estava presente no lago nos últimos dias.
De acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, o fenômeno é resultado de um florescimento de algas, causado pela combinação de nutrientes em excesso, altas temperaturas e falta de chuvas. Já a “pequena ilha” foi formada pela diminuição do nível da água.
Para melhorar a qualidade da água, é necessário o acionamento da bomba da fonte do lago. Entretanto, o nível mais baixo do que o habitual, “impede o funcionamento do sistema de bombeamento”, de acordo com a secretaria.
Além disso, a falta de chuvas e o tempo seco também agravaram o processo de “eutrofização” em partes do lago, que é uma forma de poluição que reduz drasticamente os níveis de oxigênio na água, ameaçando a vida de espécies animais e vegetais.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que está monitorando a situação do lago em parceria com a Urbia, concessionária responsável pela administração do parque desde 2019.
Procurada, a Urbia disse em nota que realiza análises trimestrais sobre a qualidade da água do lago, conforme compromisso firmado no contrato de concessão do parque, mas “a responsabilidade pela qualidade da água dos cursos hídricos do parque é da Sabesp e do Poder Concedente (Prefeitura, representada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente)”.
A Sabesp, por sua vez, disse que “não é responsável pela gestão do lago”, mas sim dispõe de uma Estação de Flotação e Remoção de Flutuantes no leito do Córrego do Sapateiro, construída em 2000, que contribui para qualidade da água através da aplicação de produtos que promovem a floculação das partículas sólidas presentes na água, para serem retiradas após a suspensão na superfície . “A estação opera normalmente”, diz.
Água do Rio Pinheiros também ficou verde
O fenômeno observado no lago do Ibirapuera é o mesmo visto no Rio Pinheiros nas últimas semanas. O rio amanheceu esverdeado e ainda mais turvo na segunda-feira, 9, por exemplo. As características do Pinheiros, de “rio atípico”, com pouca vazão e despejo frequente de carga orgânica, colabora para o agravamento do fenômeno.
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A proliferação de algas pode acontecer em rios e lagos por causas naturais, mas principalmente como resultado da ação humana, quando a água está poluída. Derramamento de esgoto, poluentes, fertilizantes e dejetos de animais intensificam o problema, que provoca proliferação de cianobactérias e é nocivo à saúde, segundo o Ministério da Saúde.
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