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Lula diz que não foi informado sobre criação de ‘Petrobras Arábia’ e alfineta Prates

Declaração de presidente da Estatal sobre análise de criação de subsidiária no Oriente Médio gera desconforto no governo

Foto do author Paula Ferreira
Foto do author Karla Spotorno
Atualização:

A declaração do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sobre a possibilidade de criar uma subsidiária no Oriente Médio, surpreendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerando desconforto no governo. Em entrevista coletiva neste domingo, Lula afirmou não ter sido informado sobre a intenção de Prates e destacou que o presidente da estatal tem uma mente “muito fértil”.

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No sábado, em entrevista à “Bloomberg”, o presidente da Petrobras anunciou o início de um estudo para viabilizar a abertura de uma subsidiária na região, denominada “Petrobras Arábia”.

“Primeiro, você deve fazer essa pergunta para o Jean Paul Prates, porque eu não fui informado de que gente vai criar uma Petrobras aqui. Como a cabeça dele é muito fértil, e ele pensa numa velocidade de Fórmula 1 e eu funciono numa velocidade de Volkswagen, eu preciso aprender o que é isso que ele vai fazer”, disse Lula.

Lula abordou o tema em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, durante a Cúpula do Clima da ONU. Durante o encontro global, ele defendeu a redução da dependência dos países em relação aos combustíveis fósseis, argumentando a necessidade de desenvolver alternativas renováveis para compor a matriz energética internacional.

“Se a Petrobras tem algum investimento para fazer aqui, eu não sei em quê. A Petrobras não vai deixar de prospectar petróleo. É importante lembrar isso. Porque o combustível fóssil ainda vai funcionar durante muito tempo na economia mundial. Enquanto ele funcionar, nós vamos conseguir pegar petróleo, nós vamos melhorar a qualidade da gasolina”, afirmou o presidente.

A declaração de Prates gerou desconforto no governo. Auxiliares de Lula afirmaram que a postura do chefe da Petrobras foi vista como desrespeitosa por não consultar o presidente sobre o projeto.

Antes desse episódio, o plano de investimentos da empresa já havia causado desgaste interno por não incluir eixos considerados estratégicos pelo governo brasileiro, como a questão dos biocombustíveis. Após reuniões de alinhamento, o projeto foi corrigido. Segundo fontes, a “Petrobras Arábia” não consta do plano estratégico da estatal e foge da lógica do Brasil de produzir e gerar empregos no país.

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