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Lula fala sobre polêmica do petróleo na foz do Amazonas: ‘Acha que vim para discutir isso?’

Presidente foi questionado sobre impasse entre Ibama e Petrobras às vésperas da Cúpula da Amazônia, que é realizada em Belém

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Foto do author Paula Ferreira
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou na tarde desta segunda-feira, 7, a Belém para participar da Cúpula da Amazônia, que reúne os oito países detentores da floresta para debater preservação. Ao chegar, Lula foi questionado sobre a exploração de petróleo na Amazônia e ironizou: “Você acha que eu vim aqui para discutir isso agora?”

Proposta de explorar petróleo na foz do Amazonas causou mal-estar entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e outras alas do governo Lula Foto: Wilton Junior/Estadão

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O pedido de licença feito pela Petrobras para explorar petróleo na foz do Rio Amazonas motivou críticas de ambientalistas, que consideram que apontam risco a preservação do bioma. Em maio, o Ibama negou o pedido da Petrobras para iniciar a perfuração na foz, a medida gerou crise interna no governo entre a área ambiental e energética. O plano da petroleira foi revelado pelo Estadão.

Ao chegar a Belém, Lula foi questionado se tentaria acelerar essa autorização por parte do Ibama. O presidente participará a partir de terça-feira, 8, da Cúpula da Amazônia com chefes de Estado da região. O presidente tem defendido adoção de uma meta comum de zerar o desmate na Amazônia, mas a proposta não é consenso entre os países.

Por outro lado, o governo brasileiro tem sido constrangido quanto ao projeto de exploração de petróleo. A Colômbia tem pautado a discussão para zerar a extração do recurso na floresta.

Nesta segunda-feira, o presidente tem uma reunião com a secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira López. Depois, Lula tem encontro bilateral com a presidente do Peru, Dina Boluarte.

Mais cedo, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o debate sobre o tema precisa acontecer. Segundo ela, só o fim do desmatamento não é suficiente para proteger o planeta.

“Sabemos que temos de trabalhar num espaço multilaretal global. Mesmo que consigamos reduzir o desmatamento em 100%, se o mundo não parar com as emissões por combustível fóssil, vamos prejudicar a Amazônia de igual forma. Nossos presidentes têm essa clareza”, disse Marina.

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*A repórter viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

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