Um grupo de 28 países, incluindo Chile e Polônia, decidiu assinar um compromisso para acabar com a produção de carvão, durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorre esta semana em Glasgow, na Escócia. Com as novas adesões, o acordo passa a ter 48 nações signatárias, entre elas Reino Unido, Alemanha e França. Por outro lado, Brasil, Estados Unidos e China não participam dos esforços.
Segundo comunicado do governo britânico, os integrantes do pacto concordaram em encerrar investimentos em novos projetos de geração de energia por carvão e aumentar a produção energética limpa. As economias desenvolvidas vão eliminar gradualmente a energia por carvão na década de 2030, enquanto as restantes, na de 2040.
"Os ambiciosos compromissos de hoje assumidos por nossos parceiros internacionais demonstram que o fim do carvão está próximo", afirmou o secretário de Energia do Reino Unido, Kwasi Kwarteng.
Além dos governos, organizações do setor privado também assinaram o tratado e bancos como NatWest, Lloyds e HSBC concordaram em encerrar o financiamento de projetos de carvão.
MINISTRO DIZ QUE BRASIL ESTÁ ENGAJADO EM MATRIZ ENERGÉTICA LIMPA
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, salientou que o Brasil já está engajado em ter matriz energética limpa, que não é de agora. “O Brasil tem muito a contribuir com o mundo. Iniciamos nossa transição energética há 50 anos”, enfatizou, acrescentando que 85% da produção de energia hoje é de fonte limpa e renovável. Ao mesmo tempo, ele ressaltou que o etanol é uma referência para outros países do mundo. “O Reino Unido decidiu usar 10% de etanol em sua gasolina. Já fazemos isso há muitos anos e com porcentual maior, de 27%", disse ele, que está em Glasgow para a COP.
Albuquerque comentou ainda sobre a mineração no Brasil, afirmando que trata-se de um setor em evolução. “Temos uma mineração hoje sustentável. É um cartão de visitas do Brasil”, disse, citando as operações da Vale em Carajás, apesar de não ter mencionado o nome da companhia. “O trabalho lá mostra que a mineração sustentável preserva os recursos, florestas naturais, o que é o mais importante.”
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.