O que é a COP-27? Qual a importância? Veja perguntas e respostas

Desde 1995, líderes mundiais se reúnem anualmente para discutir as questões climáticas

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Por Ellen Francis e Adela Suliman
Atualização:

Dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo desembarcarão no Egito a partir deste domingo, 6, para participar da cúpula anual sobre as mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU). A COP-27 vai até o dia 18 de novembro.

Veja perguntas e respostas sobre a conferência do clima.

O que é COP?

Desde 1995, líderes mundiais se reúnem anualmente para discutir a questão do aquecimento global, emissões de carbono e como enfrentar as mudanças climáticas. A reunião deste ano marca a 27ª reunião da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – ou COP-27 para abreviar. O fórum internacional também atrai grupos ambientalistas, cientistas, líderes empresariais, celebridades, jornalistas e manifestantes que exigem que os governos acelerem e cumpram suas promessas.

Onde vai acontecer a COP-27 este ano?

A conferência acontecerá em Sharm el-Sheikh, no Egito, de 6 a 18 de novembro. Desde que Berlim sediou o primeiro fórum, há três décadas atrás, o evento já foi realizado em diversas regiões do mundo: como África, Ásia, América Latina, Caribe, Europa, entre outras. A localização deste ano ouviu os apelos para que a conferência se concentre nos países africanos, que são alguns dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, apesar de estarem entre os mais baixos emissores de carbono, mas também provocou críticas ao histórico de direitos humanos do Egito.

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Por que a COP é importante?

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A cúpula é uma oportunidade de reunir líderes mundiais no mesmo espaço para discutirem a proteção do planeta. Os temas incluem biodiversidade, água, gênero e transporte. As mudanças climáticas ganharam espaço nas agendas políticas à medida que enchentes, secas, incêndios florestais e condições climáticas extremas prejudicam milhões de pessoas, lares e economias em todo o mundo.

Sob o Acordo de Paris, de 2015, os países concordaram em manter o aquecimento global “bem abaixo” de 2 graus Celsius em comparação com os níveis pré-industriais e, de forma mais ambiciosa, parar em 1,5 Celsius. Mas um relatório das Nações Unidas no mês passado alertou que o mundo pode estar a caminho de um aumento de 2,5 graus Celsius nas temperaturas globais até o final do século. Por isso, a ONU lançou a COP-27 como uma plataforma de emergência para recuperar o atraso, pois “o trabalho à frente é imenso”.

A COP-27 será realizada até o dia 18 de novembro no Egito. Foto: Thaier Al-Sudani/Reuters

Quem vai e quem não vai participar da COP-27 no Egito?

De acordo com seus organizadores, cerca de 100 chefes de Estado e de governo viajarão para o balneário do Mar Vermelho. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, estão entre os que planejam participar.

As ausências notáveis incluem o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping, embora o negociador climático chinês Xie Zhenhua deva participar. O novo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Rishi Sunak, ganhou as manchetes quando disse que ficaria longe da COP-27 para se concentrar em desafios domésticos urgentes. Depois da repercussão sobre sua ausência, Sunak mudou de ideia e confirmou sua participação. Já o rei Charles III, da Grã-Bretanha, perderá o evento, apesar de seu conhecido trabalho como defensor do meio ambiente. Os monarcas britânicos devem ficar fora da política, e o Palácio de Buckingham disse que ele não estará lá com base em conselhos do governo.

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Outra ausência notável é a ativista sueca Greta Thunberg, que classificou o evento deste ano como um fórum para “lavagem verde” por empresas e países, com espaço “extremamente limitado” para a sociedade civil. “Assim, as COPs não estão realmente funcionando”, disse ela, “a menos que as usemos como uma oportunidade de mobilização”.

Greta Thunberg tornou-se um nome conhecido depois de estimular alunos a protestarem às sextas-feiras em razão da emergência climática. Grupos de direitos humanos e celebridades pediram aos participantes que chamem a atenção para milhares de presos políticos no Egito – em particular, o caso de Alaa Abdel Fattah, um programador de computador e ativista egípcio-britânico que está em greve de fome parcial há mais de 200 dias. Greta Thunberg participou do protesto feito pela família do programador em Londres, antes da COP-27.

O que é esperado na COP-27?

Espera-se que os governos avaliem o progresso nas promessas climáticas centradas em reduzir as emissões, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, aumentar o uso de energia renovável e garantir que os países mais ricos apoiem as nações mais pobres, que sofrem mais com o impacto das mudanças climáticas.

Em um passo significativo, no ano passado os líderes mundiais reconheceram que o progresso foi lento, concordando em “revisitar e fortalecer” suas metas climáticas nacionais. Mas enquanto se preparam para se reunir novamente, quase nenhum dos maiores emissores do mundo assumiu compromissos mais fortes, informou o The Washington Post.

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Este ano, ativistas expressaram preocupação de que as restrições do governo e a localização da conferência, na altamente protegida Península do Sinai, reduzirão os esforços de campanha. No ano passado, a COP aconteceu em Glasgow, na Escócia, e cerca de 100 mil pessoas marcharam pela ação climática, enquanto a repressão a reuniões públicas e dissidências tornaram as manifestações no Egito praticamente inexistentes nos últimos anos.

É possível assistir ou participar da COP-27 de forma online?

Não importa onde esteja, você pode sintonizar debates públicos e fóruns da COP-27 online, com transmissões ao vivo, blogs e eventos virtuais no site oficial. Grande parte da tomada de decisões e disputas políticas, no entanto, permanece a portas fechadas.

A ONU também está realizando uma campanha promovendo “ações individuais” para incentivar as pessoas a reduzirem sua pegada de carbono, por exemplo, reciclando, usando transporte público e repensando seu uso de energia. Organizações sem fins lucrativos e instituições de caridade compartilharão suas impressões sobre a conferência nas mídias sociais e pedirão o envolvimento do público para aumentar a pressão sobre os líderes mundiais para atingirem as metas climáticas. / THE WASHINGTON POST

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