Enquanto cidades do Sudeste, como São Paulo, e no Centro-Oeste têm visto a chegada de uma onda de calor, partes do Sul, especificamente em cidades gaúchas, sofrem com os efeitos de temporais intensos. A previsão de meteorologista é de que a precipitação forte siga para Santa Catarina nos próximos dias. Mas esses eventos climáticos estão relacionados?
De acordo com a empresa de meteorologia Climatempo, sim, são eventos que estão conectados. A massa de ar quente que se estabeleceu na faixa central do País, explica, cria uma espécie de “prisão” para a chuva nos Estados sulistas.
Essa massa fica retida devido a um “bloqueio atmosférico persistente”. Assim, “as frentes frias e outros sistemas meteorológicos são amplificados, resultando na intensificação das precipitações na região”, como divulgado pela empresa em nota nesta terça-feira, 30.
A previsão é de mais temporais para o Rio Grande do Sul, que soma 29 mortes confirmadas, e o balanço das autoridades apontam que o volume de chuvas já superou os 400 milímetros em algumas regiões.
Em São Vendelino, no interior, um deslizamento surpreendeu motoristas de uma rodovia e deixou dois desaparecidos - no Estado, o total é de 60.
“Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado”, disse o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visita Santa Maria (RS) e sobrevoa áreas afetadas nesta quinta-feira, 2. A previsão é de que a precipitação forte siga para Santa Catarina nos próximos dias.
Enquanto isso, a onda de calor inicialmente prevista até a quarta-feira de feriado, 1º, deve durar pelo menos até 10 de maio. O alerta de perigo para altas temperaturas foi emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) há alguns dias, sendo iniciado no sábado, 27.
Conforme a Climatempo, a permanência do sistema de alta pressão sobre o Centro-Sul dificulta a chegada de frentes frias para o Centro-Oeste e o Sudeste, contribuindo para a manutenção do ar seco e o aumento da intensidade do calor.
“Essa é a quarta onda de calor a atingir o Brasil recentemente, e ela promete se intensificar ainda mais e atuar até o dia 10 de maio”, afirma.
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