Maior parque de conservação de SP vai aumentar de tamanho; veja onde e saiba por quê

Parque Estadual da Serra do Mar será ampliado na altura de Cubatão; processo incluiu estudos de fauna e flora do território, que identificou espécies raras

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Foto do author José Maria Tomazela

O Parque Estadual da Serra do Mar, a mais extensa unidade de conservação do Estado de São Paulo, ficará ainda maior. O Conselho Estadual de do Meio Ambiente (Consema) autorizou a inclusão ao parque de uma nova gleba equivalente a 10 campos de futebol. Não é uma área qualquer: nesse espaço de 10,3 hectares foram encontradas espécies de plantas raras, como a palmeira juçara, e animais ameaçados de extinção, como a jaguatirica e o cachorro-do-mato.

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A área de vegetação nativa remanescente de Mata Atlântica fica no Núcleo Itutinga Pilões, em Cubatão, na Baixada Santista. O local é conhecido como bairro Cota 200, onde a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) havia erguido o Conjunto Cubatão K, que recebeu famílias retiradas de áreas de risco nas encostas da serra.

O terreno foi doado pela companhia à Fundação Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) que administra as unidades de conservação do Estado.

O mapa mostra a área (marcada em amarelo) que será acrescida ao Parque Estadual Serra do Mar, em Cubatão, na Baixada Santista. Foto: Semil/Divulgação

Criado em 1977, o Parque Estadual da Serra do Mar tem 322,2 mil hectares e vai de Ubatuba, na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro, a Itariri, no Vale do Ribeira, cobrindo porções de 25 municípios.

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Abrange também diversas praias e manguezais: é o maior corredor biológico da Mata Atlântica no Brasil, com 1.361 espécies de animais e cerca de 1,2 mil de plantas, segundo registros do Ibama. A unidade abriga animais em risco de extinção, como o bicho-preguiça, a anta e a onça-pintada.

A inclusão ao parque Serra do Mar foi aprovada em reunião do Consema de 25 de setembro. Houve estudo de fauna e flora do território, que apontou a existência de 38 espécies de plantas, entre elas o palmito-juçara (Euterpe edulis), ameaçado de extinção, e 117 espécies da fauna - 94 de aves e 23 de animais silvestres, alguns também raros, como tatu-galinha e tamanduá-mirim.

O diretor executivo da Fundação, Rodrigo Levkovicz, disse que a anexação ao parque impede que novas construções irregulares e invasões ocorram no local. “Está voltando para o Estado uma área de vegetação que, apesar da urbanização em volta, não sofreu intervenção.”

No local, serão desenvolvidas ações com foco na educação ambiental, como o Projeto Ciência Cidadã, que tem como uma de suas iniciativas a observação de aves. Segundo Levkovicz, o bairro Cota 200 não sofrerá intervenção por parte do Estado e continuará sob a responsabilidade da gestão municipal.

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A nova área tem espécies da flora ameaçadas de extinção, como a palmeira-juçara. Foto: Semil/Divulgação

Geoparques

Na mesma reunião do Consema, foi aprovada por unanimidade a proposta de criação da Política Estadual de Geodiversidade, Geoturismo e Geoparques para o Estado, apresentada pelo professor José Alexandre de Jesus Perinotto, pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

A pauta passa agora pela Comissão Temática de Políticas Públicas do Consema. A iniciativa tem como objetivo preservar as cavidades naturais do Estado, como grutas e cavernas, algumas delas, como a Gruta dos Meninos, encontradas no Parque Serra do Mar.

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