O Programa Aliança Ambiental Estratégica é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Trata-se de um projeto voluntário em que as empresas podem aderir a iniciativas socioambientais impulsionadas pela parceria. A ideia é incentivar a sustentabilidade em Minas Gerais, sempre de acordo com as diretrizes de órgãos ambientais.
Recentemente, seis empresas começaram o processo de adesão ao Programa Aliança Ambiental Estratégica, sendo que outras cinco estão sob análise. A primeira empresa a entrar foi a Aperam BioEnergia, especializada na adoção de modelos de gestão sustentável e investimentos em saúde e segurança, que apresentou um projeto concentrado em plantios consorciados em florestas renováveis de eucaliptos. A meta é garantir a segurança alimentar das famílias do entorno da região, gerando trabalho e renda. As demais adesões são mais recentes.
“Acreditamos que os projetos socioambientais são efetivos e transformadores da realidade de uma região”, afirma Kamila Vilela, coordenadora do Núcleo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Gerência de Consultoria para Negócios do Instituto Euvaldo Lodi e responsável pelo Programa Aliança Ambiental Estratégica no estado de Minas Gerais. “Por isso, a Aliança tem como objetivo principal auxiliar, fomentar e reconhecer as empresas que desejam contribuir voluntariamente com o desenvolvimento sustentável em Minas Gerais, através da implementação desses projetos.”
Diversas companhias têm sido atraídas pelo programa. Os benefícios a serem colhidos da aliança são bastante claros. “A Aperam aderiu ao programa por acreditar no propósito de potencializar o comprometimento de corporações com a implementação de projetos socioambientais”, diz Luiz Carlos Magalhães, gerente executivo de segurança patrimonial e shared service da Aperam.
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Para poder participar da Aliança Ambiental, é preciso que o projeto, além de ser voluntário, se enquadre nos temas relacionados pela Semad, atenda aos critérios do edital e firme o termo de investimento com o IEL/MG.
O programa surgiu com o objetivo de criar estratégias que possibilitem o surgimento de condições para o desenvolvimento sustentável em Minas Gerais. A meta é atrair e juntar os dois setores, público e privado, em nome da sustentabilidade. Desse modo, seriam criados e incentivados diversos projetos a favor de um meio ambiente mais equilibrado.
“Em geral, as empresas que se interessaram pelo programa visam tanto ganhos ambientais quanto sociais e que envolvam, de alguma forma, a comunidade em que estão inseridas. Algumas iniciativas são desenvolvidas pensando em frentes como segurança alimentar, educação ambiental e solução adequada de destinação de resíduos. Cada projeto é realizado conforme orientação e necessidades específicas da região em que será implementado”, diz Fabiana Moreira, diretora de projetos ambientais e instrumentos econômicos da Semad.
De forma geral, a Aliança Ambiental Estratégica está dividida em três fases. A primeira diz respeito à triagem e à elegibilidade. Assim, a empresa que pretende desenvolver ou patrocinar alguma iniciativa ambiental em Minas Gerais deve submetê-lo ao edital. Se aprovado, ela receberá a Declaração de Adesão à Aliança Ambiental. Já a segunda fase envolve a avaliação e o monitoramento do projeto executado. Por fim, na terceira etapa, a Semad e o IEL/MG emitem seu parecer técnico para a entrega do Selo Sustentabilidade Aliança Ambiental à companhia.
Em novembro do ano passado, o programa venceu o prêmio Gestão Ambiental 2023, realizado pela Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta. Ele foi reconhecido como exemplo de modernidade para a natureza no Estado de Minas Gerais.
Dessa forma, com o fim de conscientizar a iniciativa privada sobre a importância do desenvolvimento sustentável, o programa Aliança Ambiental Estratégica foi apresentado a empresas em março durante a Semana da Água 2024, promovido pelo governo de Minas Gerais. O objetivo era comunicar ao setor privado essa oportunidade única de se certificar e desenvolver projetos ligados ao meio ambiente.
O fortalecimento do movimento ESG, conceito que leva empresas a apostarem em ações sustentáveis, além de sociais e de governança, é outro ponto que leva ao interesse por programas como a aliança.
“Cada vez mais, as empresas sentem a pressão do mercado e da sociedade para assumirem compromissos pautados na sustentabilidade do seu negócio, considerando os aspectos da governança, o ambiental, o social e o econômico”, declara Kamila Vilela. Nesse sentido, a união dos setores público e privado pode ser muito produtiva em termos de ações a se tomar em prol do meio ambiente.
Dessa maneira, a aliança surge com um importante papel: o de juntar os dois setores para impulsionar o desenvolvimento sustentável em Minas Gerais.
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