Marina Silva diz que 300 brigadistas vão combater queimadas na Amazônia: ‘Não há fogo natural’

Ministra do Meio Ambiente afirma que principal vetor dos incêndios é o desmatamento; titular do Desenvolvimento Regional diz que há 55 municípios em estado de emergência

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Foto do author Giordanna Neves
Atualização:

BRASÍLIA - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira, 13, que “não existe fogo natural na Amazônia” e que o “principal vetor dos incêndios no local decorre da prática do desmatamento”. A ministra anunciou que foram mobilizados mais de 300 brigadistas para combater as queimadas que atingem a região. Uma densa nuvem de fumaça encobre Manaus desde a quarta-feira, 11.

“O fogo ou é feito propositalmente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo”, disse a ministra, durante entrevista coletiva convocada nesta sexta para anunciar as ações do governo no combate às queimadas no Amazonas. O ministério propõe suspender o registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis com focos de calor e incêndio sem autorização.

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A ministra pediu apoio da população ao reforçar que, além da ação dos brigadistas e de todo o efetivo envolvido, é necessário que as pessoas parem de atear fogo no local. Ela citou a atuação “criminosa” em propriedades privadas e áreas públicas como um dos fatores que agravam as queimadas no Estado.

“É uma situação de extrema gravidade porque há cruzamento de três fatores: grande estiagem provocada pelo El Niño; matéria orgânica em grande quantidade ressecada; ateamento de fogo em propriedade particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa”, disse Marina.

“O fogo ou é feito propositalmente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo”, disse a ministra Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo Marina, a determinação dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que as equipes federais ajam em parceria com os governos dos Estados, dispondo de tudo que for necessário para o combate aos incêndios.

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Na quinta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que deverá enviar mais efetivo da Força Nacional para ampliar o combate aos incêndios florestais no Amazonas.

Também presente na entrevista desta sexta, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, afirmou que o desafio no Estado é grande pela logística na Amazônia. Como exemplo, ele citou que em alguns locais as equipes demoram cerca de 12 dias para chegar com comida. De acordo com ele, 55 municípios do Amazonas estão em estado de emergência.

Lula deve editar uma medida provisória na próxima semana com determinação de envio de recursos federais para ajuda humanitária e reconstrução da região. O ministro evitou estimar quanto de recurso será reservado para os locais atingidos pelas queimadas. Segundo ele, os valores serão definidos com base nos planos de trabalho enviados pelos municípios. Até o momento, já foram recebidos 23 planos e a expectativa é de que todos sejam concluídos até a próxima segunda-feira.

“Já devemos ter números na segunda para a MP com base nos planos de trabalho enviados pelas prefeituras”, disse durante a entrevista. Góes explicou que a maioria dos ministérios já conta com uma quantia garantida no orçamento anual para combate aos desastres. A Defesa Civil, por outro lado, sempre requer uma medida extraordinária para dar resposta à necessidade de ajuda humanitária, restabelecimento e reconstrução, afirmou ele.

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