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Reduzir poluição e expandir áreas verdes poderia evitar 11,3 mil mortes por ano em SP, diz estudo

Baixa qualidade do ar é responsável pela maioria desses óbitos; maiores impactos à saúde são em áreas de vulnerabilidade socioeconômica

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Por Redação

Melhores indicadores ambientais poderiam evitar mais de 11 mil mortes por ano na cidade de São Paulo, de acordo com uma pesquisa que mensurou o impacto de políticas públicas sobre a saúde dos moradores da capital paulista. Foram avaliados os efeitos da exposição à poluição, da distribuição de áreas verdes pela metrópole e do excesso de calor. Com avanço veloz das mudanças climáticas, cientistas têm demonstrado nos últimos anos a relação entre o aumento da temperatura e problemas de saúde. 

Desses, a poluição é a maior vilã das 11.372 mortes evitáveis, que correspondem a 17% da mortalidade anual total por causas naturais na cidade em que vivem 12 milhões de pessoas. A qualidade do ar foi responsável por 8.409 óbitos, o insuficiente número de espaços verdes, 2.593, e o excesso de exposição ao calor, 370 mortes.

A qualidade do ar foi responsável por 8.409 óbitos, o insuficiente número de espaços verdes, 2.593, e o excesso de exposição ao calor, 370 mortes. Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTAD?O

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Os maiores impactos negativos à saúde foram encontrados nas áreas de menor vulnerabilidade socioeconômica da cidade. De acordo com a pesquisa, isso se deve ao perfil demográfico dessas regiões (populações mais velhas e com maior mortalidade natural)l, configurações de áreas residenciais (residindo no entorno de áreas centrais, próximas ao trabalho e serviços) e volume do tráfego de veículos (maior do que nas áreas periféricas). 

O estudo foi realizado por pesquisadores de instituições europeias como o Instituto Global de Saúde (ISGlobal). A brasileira Evelise Pereira Barboza é a principal autora da pesquisa. 

Para chegar a essa conclusão, foram comparados os indicadores ambientais paulistanos com um cenário ideal e hipotético em que todos os bairros da cidade seriam desenvolvidos com o mesmo conceito de jardins urbanos que marcam o modelo dos “citys”, caso, por exemplo, do Pacaembu. Além disso, a temperatura média diária seria reduzido em 1ºC, resultado de mais áreas verdes e menor tráfego, e as concentrações de poluentes como o NO2 e material particulado seriam menores. 

Cidade prevê cortar entre 20% e 30% das emissões até 2030

Secretário municipal de Mudanças Climáticas, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, diz que o desafio da cidade é aumentar sua capacidade de resiliência às mudanças climáticas e seus efeitos. Criada há menos de um ano, a pasta, que não tem orçamento próprio, tem a função de gerenciar e coordenar diferentes programas relacionados em diferentes órgãos e secretarias. 

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Outro desafio paulistano é mudar a matriz energética de sua frota de mais de 8 milhões de veículos. Entre esses, 14,3 mil ônibus. O tráfego é o responsável por 60% das emissões de gases geradores do efeito estufa da cidade. Desse total, 50% vem dos ônibus. Atualmente, a cidade tem 119 ônibus elétricos. “Para mudar a matriz energética de 2.000 ônibus são necessários R$ 4 bilhões e toda uma infraestrutura para o carregamento e concretar algumas vias que não suportam o peso desses veículos”, diz o secretário. “Além disso, a indústria consegue entregar pouco mais de 150 unidades por ano.” 

As metas de redução de emissões de São Paulo preveem cortar obrigatoriamente entre 20% a 30% até 2030 e chegar a zero de emissões em 2050. “É uma meta arrojada, mas vamos trabalhar para isso”, afirma Pinheiro Pedro.

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