Seis gráficos mostram como o homem está alterando o clima do planeta; veja

O ano de 2023 é o mais quente já registrado na Terra, com uma temperatura de 1,4ºC acima da média histórica

PUBLICIDADE

Foto do author Roberta Jansen

O dado ainda não é oficial, mas, de acordo com as principais agencias meteorológicas mundiais, 2023 será o ano mais quente já registrado na Terra, com uma temperatura média de 1,4ºC acima da média histórica. O principal responsável por essa mudança climática é o homem, segundo o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).

De junho a novembro, todos os meses bateram recordes históricos de temperatura e os demais meses se encontram, pelo menos, entre os dez mais quentes dos registros. Mais de um terço dos dias do ano teve temperaturas 1,7ºC acima da média histórica.

O ano também teve o verão e o outono (do hemisfério norte) mais quentes. Os dados são do Observatório Europeu Copérnico. No último dia 30, a Organização Meteorológica Mundial publicou a versão provisória do relatório Estado Global do Clima 2023, que também classificou este ano como o mais quente em 174 anos de medições.

Sinalização alerta para calor extremo em região da Califórnia Foto: Ronda Churchill/AFP

Os impactos das mudanças climáticas não são sentidos só no calor. As principais manifestações ocorrem na forma de eventos extremos, que estão mais intensos e frequentes, segundo especialistas.

Publicidade

Outro efeito se dá por meio do derretimento da cobertura de gelo marinho no Ártico, por exemplo. As consequências dessa transformação afetam fauna e flora regional e contribui para a alteração global no nível dos oceanos.

O Brasil também enfrentou ondas de calor e registrou recordes de temperatura. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, as temperaturas ficaram acima da média histórica por pelo menos cinco meses consecutivos, de julho a novembro. Setembro apresentou o maior desvio (diferença entre o valor registrado e a média histórica) já registrado desde 1961, de 1,6ºC, seguido do mês de novembro, de 1,5ºC.

A cidade de Araçuai, no vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, bateu o recorde de dia mais quente da história em 19 de novembro, quando a temperatura máxima chegou aos 44,8ºC.

Cidades do Brasil, como o Rio (foto), sofreram com o calor no segundo semestre Foto: Pedro Kirilos/Estadão

São Paulo registrou recordes de temperatura em 2023. Em 13 de novembro, a temperatura chegou a 37,8ºC – o maior já registrado para o mês. A maior máxima absoluta (aquela registrada em um único lugar) para novembro ocorreu no bairro da Vila Madalena, na zona sul, com 39,5ºC.

Publicidade

Onda de calor afetou a cidade de São Paulo em novembro Foto: Werther Santana/Estadão - 10/11/2023

As emissões brasileiras vêm, em sua maior parte, do desmatamento na região amazônica e no Cerrado. Ao longo de 2023, a gestão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresentou bons resultados contendo a derrubada ilegal da floresta, mas especialistas apontam que ainda há desafios e melhorias a serem feitas.

O País tem o desafio de frear suas emissões, enquanto tenta alcançar uma posição de destaque nas negociações climáticas. Em 2025, Belém sediará a COP-30, que já é alvo de grande expectativa. Será a oportunidade de revisitar o Acordo de Paris após dez anos; no evento sediado na Amazônia, a previsão é um comprometimento mais significativo dos países em busca de um corte de emissões capaz de conter o avanço da temperatura no planeta.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.