Rio Grande do Sul volta a registrar temporais após passagem de ciclone

Municípios do oeste e do sul são os mais afetados; Estado teve a pior tragédia climática da sua história nesta semana, com 41 mortos

PUBLICIDADE

Foto do author Renata Okumura
Atualização:

Novas chuvas fortes atingem o Rio Grande do Sul desde quinta-feira, 7, feriado da Independência do Brasil, após a destruição causada pela passagem do ciclone extratropical na região. Foi a maior tragédia climática da história do Estado, com 41 mortos, segundo a Defesa Civil, e 46 desaparecidos. Uma pessoa também morreu em Santa Catarina.

Segundo a MetSul, enquanto cidades do norte gaúcho, especialmente do Vale do Taquari, ainda contabilizam o número de vítimas e os estragos causados pelas inundações, mais enchentes atingem o oeste e o sul do Estado, com os volumes elevados de chuva, nesta sexta-feira, 8.

Alegrete é o município que mais preocupa. Conforme a empresa de meteorologia, moradores começaram a ser retirados de suas casas com auxílio da Defesa Civil, de produtores rurais e do Exército. O Ginásio Oswaldo Aranha foi aberto para receber munícipes. Desde quinta-feira, também há registros de alagamentos provocados em Rio Grande, Pelotas e Pinheiro Machado.

Na imagem, casas destruídas em Roca Sales, no Rio Grande do Sul, município que também registrou mortes.  Foto: Silvio Avila/AFP

“A chuva acumulada até o fim da madrugada desta sexta-feira somava 182 mm em Canguçu, 181 mm em Pedro Osório, 176 mm em Capão do Leão, 170 mm em Dom Pedrito, 164 mm em Alegrete, 160 mm em Arroio Grande, 158 mm em Pelotas, 151 mm em Rio Grande, 137 mm em Santa Maria, 114 mm em Jaguarão, 112 mm em São Lourenço do Sul e 111 mm em Rosário do Sul”, afirma a MetSul.

PUBLICIDADE

Além disso, permanece o monitoramento das autoridades sobre elevação do volume de rios. Há alerta para inundação do Rio Santa Maria, em Dom Pedrito, até as 14 horas desta sexta-feira, 8. O mesmo sinal de perigo é válido para o Rio Ibirapuitã, que está em lenta elevação em Alegrete.

Publicidade

Também continua o alerta para temporais, chuvas intensas, descargas elétricas, eventual queda de granizo e rajadas de vento ainda na manhã desta sexta-feira.

Na quinta-feira, o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública de municípios do Rio Grande do Sul afetados, ao longo da semana, pelas consequências de chuvas intensas.

Na manhã desta sexta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) e secretários de Estado irão a Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, para uma reunião com prefeitos da região para discutir os impactos das enchentes.

Cidades que registraram mortes:

Cruzeiro do Sul (4)

Encantado (1)

Publicidade

Estrela (2)

Ibiraiaras (2)

Imigrante (1)

Lajeado (3)

Mato Castelhano (1)

Publicidade

Muçum (15)

Passo Fundo (1)

Roca Sales (10)

Santa Tereza (1)

Desaparecidos (46)

Arroio do Meio (8)

Publicidade

Lajeado (8)

Muçum (30)

Outras informações, segundo balanço da Defesa Civil:

  • Pessoas resgatadas: 3.130
  • Municípios afetados: 85
  • Desabrigados: 3.046
  • Desalojados: 7.781
  • Afetados: 135.088
  • Feridos: 73

Rodovias ainda estão bloqueadas

As fortes chuvas que afetaram o Estado provocaram danos e alterações no tráfego em rodovias do Rio Grande do Sul. Até último balanço divulgado na manhã desta sexta-feira, havia ao menos 10 trechos com bloqueios totais ou parciais em cinco rodovias.

Pontes foram destruídas pelas chuvas, na ERS-448, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, e na ERS-431, em Bento Gonçalves, no limite com São Valentim do Sul.

Publicidade

A Secretaria de Logística e Transportes do Estado diz que segue trabalhando para liberar as rodovias o mais rápido possível. Veja aqui quais são os trechos ainda afetados.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.