As fortes chuvas que atingem a região Sul do País provocaram também o aumento da vazão das Cataratas do Iguaçu, no Paraná. Os dados foram informados pelas redes sociais da administradora do Parque Nacional do Iguaçu.
De acordo com a concessionária Urbia, a vazão das cataratas chegou a 8,3 milhões de litros por segundo no sábado, 4, aproximadamente cinco vezes a média diária de 1,5 milhão de litros por segundo.
Nesta segunda-feira, 6, o ritmo da vazão diminuiu, caindo para 4,5 milhão de litros por segundo, mas ainda sim três vezes acima da média diária, segundo informou o Parque Nacional do Iguaçu. O funcionamento do espaço segue normalmente, conforme a administração do parque, “com a passarela, trilha e todos os mirantes liberados”.
A informação também foi confirmada pela Companhia Paranaense de Energia.
“Entre a sexta à noite e sábado de manhã ocorreram chuvas na região do baixo Iguaçu. Essa chuva foi decorrente do evento que estava no RS e subiu em direção a Santa Catarina e atingiu o sul do Paraná, em especial na margem esquerda do Iguaçu. Isso elevou a vazão nas Cataratas”, informou a companhia.
“Mas no domingo mesmo já começou a baixar e hoje pela manhã está com a vazão próxima à da manhã de sábado, em torno de 3.700 m³/s”, acrescentou.
As chuvas deste início de maio provocaram as maiores enchentes da história do Rio Grande do Sul. O grande volume de água atinge 401 cidades - mais da metade dos municípios gaúchos -, vem deixando bairros inteiros submersos e provocando a evacuação da população de áreas de risco para abrigos públicos.
O último boletim da Defesa Civil aponta que ao menos 1,3 milhão de pessoas foram afetadas em 401 municípios do Estado. O balanço de desalojados e desabrigados é de 203 mil pessoas, com um número ainda muito maior de moradores que estão na casa de amigos e familiares. A parcial é de 95 óbitos, mas autoridades têm destacado que os números ainda irão aumentar. Há ainda 131 pessoas desaparecidas.
Os números superam os do ano de 1941, quando as cidades gaúchas também foram atingidas por uma cheia histórica.
O rio Guaíba, em Porto Alegre, ultrapassou os cinco metros, o que nunca tinha acontecido antes. O Centro Histórico da cidade ficou completamente alagado e o aeroporto Salgado Filho, na capital, suspendeu os voos até o fim do mês - imagens do local mostram a parte interna do espaço tomada pelas águas.
Ainda em Porto Alegre, cerca de 70% da cidade está sem o serviço de tratamento de água, porque quatro das seis estações não funcionam, enquanto as demais operam abaixo do normal. Por essa razão, foi determinado, nesta segunda, 6, o racionamento de água na cidade.
A previsão é de que as enchentes continuem por, pelo menos, 10 dias na capital Porto Alegre, com o nível do Guaíba acima dos 4 metros até o final de semana, pelo menos. Com o sistema antienchente da cidade no limite, o escoamento da água deverá ser mais lento.
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