A estação mais quente do ano no Brasil tem início às 00h27 desta sexta-feira, 22, pelo horário de Brasília. Não será um verão normal porque, segundo a Climatempo, o fenômeno El Niño, que já influenciou o clima no País durante toda a primavera, vai continuar tendo forte atuação nos próximos meses.
Conforme estimativas da empresa brasileira de meteorologia, além da maior quantidade de chuva que deve predominar sobre o Sul do Brasil, da redução da chuva na região Norte do País e da diminuição da chuva também no norte do Nordeste, outro efeito do El Niño está associado à alteração da distribuição da chuva sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) em novembro deste ano apontou que o fenômeno climático, mais forte nesta temporada, deve perdurar até abril de 2024 e chegar ao seu pico neste fim de ano. O El Niño é um dos principais responsáveis pelos eventos extremos notados no Brasil em 2023, como a estiagem na Amazônia, os temporais no Sul e os dias quentes em São Paulo.
São Paulo nos próximos dias
Em São Paulo, há possibilidade de pancadas de chuva de moderadas a fortes e temperatura elevada em todo o Estado, segundo o órgão estadual.
Após uma semana de altas temperaturas e tempo mais seco, as chuvas devem retornar, principalmente na faixa leste, região norte, capital paulista e região metropolitana, conforme estima o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil estadual.
As chuvas devem chegar nesta sexta e se estendem pelo fim de semana do feriado de Natal. Na capital paulista, a maior precipitação está prevista para sábado, 23, e terça-feira, 26, embora nos outros dias também possa chover.
A defesa civil estadual alerta ainda que as chuvas podem vir acompanhadas de fortes rajadas de vento, descargas elétricas e até mesmo possibilidade de queda de granizo em algumas regiões. “Os meteorologistas da defesa civil estadual preveem um fim de semana natalino chuvoso, principalmente no fim das tardes, podendo, inclusive, gerar transtornos como pontos de alagamento e enxurradas.”
Veja a previsão em São Paulo nos primeiros dias de verão, de acordo com a Meteoblue:
- Sexta-feira: entre 20 ºC e 31 ºC
- Sábado: entre 21 ºC e 30 ºC
- Domingo: entre 21 ºC e 28 ºC
- Segunda-feira: entre 21 ºC e 31 ºC
- Terça-feira: entre 21 ºC e 27 ºC
- Quarta-feira: entre 19 ºC e 23 ºC
Veja a previsão para o verão, conforme a Climatempo:
Região Sudeste
O verão será mais quente e abafado do que os dois últimos. Os meses de janeiro e fevereiro devem registrar pancadas de chuva bastante frequentes, em razão do calor e da alta umidade, principalmente entre as tardes e noites.
Há previsão de chuvas mais irregulares, concentradas em menos dias, e mais dias de sol nas faixas litorâneas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os dias de calor intenso devem ser mais frequentes. A Grande São Paulo poderá sofrer mais com pontos de alagamento em horários de pico.
Nos mês de janeiro, as chuvas terão comportamento irregular no norte e leste de Minas Gerais, e no Espírito Santo, com volumes um pouco abaixo da média, de acordo com a Climatempo.
No Triângulo Mineiro, sul de Minas, interior de São Paulo e sul do Rio, as chuvas ficarão entre a média e um pouco acima em janeiro. Conforme a empresa brasileira de meteorologia, fevereiro deve ser mais úmido em todas as áreas, e março deve ser marcado por chuvas concentradas na primeira quinzena - um pouco acima da média no norte de Minas, Espírito Santo e sudoeste de São Paulo, e um pouco abaixo da média nas outras áreas.
Ondas de calor podem acontecer, principalmente no leste da região (centro-leste de Minas, Espírito Santo e Rio), entre janeiro e fevereiro, podendo avançar para outras áreas, de acordo com a Climatempo.
“Frentes frias serão menos frequentes, mas regiões litorâneas requerem maior atenção por conta do Atlântico mais quente”, alerta a Climatempo.
Região Sul
O verão deverá ter menos eventos de chuva extrema sobre a região, mas os volumes de chuva seguem acima da média na maior parte do período. Segundo a Climatempo, janeiro e fevereiro terão os maiores desvios nos volumes de chuva, principalmente no oeste da região. Em março, a chuva aumenta, especialmente na segunda quinzena, e volta a subir o risco de transtornos devido aos temporais.
As faixas litorâneas de Santa Catarina e do Paraná terão chuvas mais irregulares e em menor frequência, com volumes em torno da média histórica.
O verão deve ser muito abafado no Sul, principalmente entre o norte dos três Estados, onde a chuva ocorre por consequência do calor e da alta umidade.
“Extremos de calor prováveis a partir de fevereiro, com possíveis ondas de calor no norte e oeste da região. Calor intenso de forma pontual no litoral, incluindo Florianópolis”, acrescenta a Climatempo.
Região Norte
A Climatempo prevê que o tempo fique muito abafado e com registro de temperaturas acima da média em todas as áreas nos três meses de verão.
“O calor deve ser mais intenso sobre o Pará. A chuva aumenta no decorrer do verão em toda a região, mas fica abaixo da média. Em março, os volumes médios são bastante elevados.”
Ainda segundo a empresa brasileira de meteorologia, os níveis dos rios tendem a aumentar gradualmente, mas ainda um pouco abaixo do normal. Chuvas um pouco acima da média podem ser registradas entre fevereiro e março no sudeste do Pará e norte do Tocantins.
Região Centro-Oeste
Chuvas irregulares devem ser registradas na maior parte da região ao longo dos três meses de verão.
“Menor quantidade de canais de umidade intensos e persistentes desfavorece chuvas regulares mesmo em Goiás e no Distrito Federal, mas nestas áreas os volumes de chuva ficam um pouco acima da média”, afirma a empresa brasileira de meteorologia. Os volumes de chuva devem ficar abaixo da média nos três meses no Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul.
A expectativa é que as temperaturas fiquem acima da média ao longo do verão em toda a região, principalmente no norte e oeste de Mato Grosso, e oeste do Mato Grosso do Sul, com possibilidade de ondas de calor no oeste e sul do estado.
Região Nordeste
Devem ser registradas temperaturas mais altas que o normal em todas as áreas, especialmente entre o sul do Piauí e centro-leste da Bahia.
A Climatempo ressalta que há “maior propensão a extremos de calor no interior da região entre janeiro e fevereiro e chuvas abaixo da média em janeiro em quase todas as áreas, principalmente Maranhão, Piauí e Bahia. Na Paraíba e no Rio Grande do Norte, volumes um pouco acima em janeiro”.
Entre fevereiro e março, a chuva aumenta em todas as áreas, em especial no interior da Bahia. Entretanto, os volumes de chuva seguem abaixo da média na maior parte do Maranhão e em várias regiões do Piauí.
“Corredores de umidade podem provocar volumes de chuva mais altos entre o oeste e sul da Bahia entre fevereiro e começo de março. Da mesma forma, bloqueios atmosféricos podem atuar sobre o leste do País, interrompendo as chuvas e aumentando o calor”, adverte a empresa brasileira de meteorologia.
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