A USP vai iniciar um novo formato para seus mestrados e doutorados. A expectativa é de que, com as alterações propostas, os cursos de pós-graduação ofereçam uma formação mais eficiente, interdisciplinar e estruturada. Os primeiros programas a adotarem o novo modelo já estarão em funcionamento em 2026.

A principal mudança é a possibilidade de o estudante optar por mudar do mestrado para o doutorado após um ano do curso. Segundo o novo modelo, o ingresso será exclusivamente pelo mestrado. Nos primeiros 12 meses da pós, o aluno frequentará disciplinas da matriz curricular do curso, formativas e interdisciplinares, além de construir um projeto de pesquisa e identificar um orientador.
Ao fim desta primeira etapa do mestrado, ele será submetido ao exame de qualificação, para verificar a aquisição de conhecimentos e a avaliação do projeto de pesquisa. Se aprovado no exame, o aluno terá duas possibilidades: prosseguir no mestrado, para concluí-lo em mais um ano, ou converter o mestrado em doutorado, que deverá ser concluído em até quatro anos.
“O modelo vigente de pós-graduação foi muito importante para formar docentes e expandir o ensino superior no Brasil, mas o mundo mudou e, nos últimos anos, ficou evidente a urgência de implantar mudanças para tornar a pós-graduação mais dinâmica, eficiente e adaptada às demandas dos jovens profissionais”, explicou ao Jornal da USP o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.
Os programas de pós-graduação da USP interessados em adotar o novo formato para seus cursos de mestrado e doutorado têm até 5 de maio para se inscreverem no Programa de Aperfeiçoamento da Pós-Graduação da universidade.
O edital selecionará 45 programas para serem os primeiros a adotarem o novo modelo. Qualquer programa pode concorrer, desde que tenha nota 6 ou 7, as mais altas na avaliação da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e que tenham cursos de mestrado e doutorado.
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Os programas aprovados devem iniciar a seleção de candidatos no novo modelo já a partir do segundo semestre deste ano. A Capes disponibilizará 90 bolsas de doutorado para os programas selecionados pelo edital, respeitando o mínimo de uma bolsa por programa. Esses auxílios serão implementados após a aprovação do estudante no Exame de Qualificação.
Mais cinco instituições públicas de ensino superior paulistas - estaduais e federais - também assinaram no ano passado o protocolo em que preveem adotar modelo semelhante:
- Universidade Estadual Paulista (Unesp);
- Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
- Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
- Universidade Federal do ABC (UFABC);
- Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A Capes, órgão ligado ao MEC, também prevê incentivos para os programas de pós que encurtarem o tempo de titulação, permitindo que alunos mudem para o doutorado depois de um ano de mestrado.
Segundo Denise Carvalho, a presidente do órgão, disse ao Estadão, a Capes vai premiar com uma bolsa de pós-doutorado os programas de qualquer universidade cujos alunos tiverem condições de ingressar no doutorado mais rapidamente.