Paolo Virzì e as magias de Lido
Rodrigo Fonseca
Embora esteja embatucado com a sombria visceralidade de "Coringa" desde sábado, tendo experimentado, em paralelo, 90 minutos de encanto com "A lavanderia", de Steven Soderbergh, a Itália que sedia o 76. Festival de Veneza - até o fim de semana - viveu hoje deliciosos momentos de orgulho de sua própria produção ao acompanhar o desempenho de Luca Marinelli em "Martin Eden", de Pietro Marcello, na luta pelo Leão de Ouro. A saga de um marinheiro pobretão que sonha se tornar um escritor angariou fãs entre os críticos e os cinéfilos locais, podendo calar fundo no coração de um dos jurados do time chefiado pela cineasta argentina Lucrecia Martel: o diretor toscano Paolo Virzì. Em cartaz no Brasil com "Noite mágica", o realizador de "Loucas de alegria" (2016) é o representante da autoralidade audiovisual da pátria de Fellini no júri do evento, que segue até o dia 7. Estima-se que Marcello possa ser uma aposta forte para o prêmio de direção. Cabe a Vizrzì, Lucrecia e os demais (o historiador Piers Handling e a diretora Mary Harron, ambos do Canadá; a atriz inglesa Stacy Martin;
o fotógrafo mexicano Rodrigo Prieto; e
o diretor japonês Tsukamoto Shinya) decidirem.