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Viajar para a Antártica é chorar três vezes por dia... De emoção.

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Por Amanda Noventa

O navio nem saiu de Ushuaia, no sul da Argentina, e eu já estou derrubando as primeiras lágrimas. Sozinha no deck do navio, olho em volta, vejo as montanhas cobertas de neve, já acho tudo lindo e fico imaginando como vai ser quando eu chegar lá - na Antártica.

O continente gelado sempre foi o meu maior sonho de viagem. Primeiro porque é frio, eu gosto de frio. E, segundo, porque sempre foi tão difícil chegar que parecia ser possível só em sonho mesmo. Bom, parecia. Hoje, ficou mais fácil com as expedições da Swan Hellenic que faz cruzeiros culturais no mundo todo e se dedica a oferecer aos hóspedes a oportunidade de "ver o que os outros não veem". Meu embarque foi no SH Vega, um navio 5 estrelas próprio para expedições no gelo.

 Foto: Amanda Noventa

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Saímos de Ushuaia na Argentina, a cidade mais ao sul do mundo, em direção à Península Antártica. Mas antes, precisamos atravessar o estreito de Drake, considerado um dos piores mares do mundo pelas condições climáticas. 

O capitão, Tino Borovina, um croata que diz gostar de navegar em águas tranquilas, conta de forma bem modesta que "na verdade, não tem segredo algum para navegar pelo Drake". Fica mais fácil entender a fala dele quando você lembra que o navio SH Vega é novo, tecnológico, com sonares para identificar icebergs e estabilizadores que amenizam qualquer balanço.

E, assim, a travessia pelo Drake foi tranquila e, com o mar mais calmo, começamos a avistar os primeiros sinais do continente gelado.

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 Foto: Amanda Noventa

A Antártica existe mesmo

Eu estava andando pelo navio quando surgiu o primeiro iceberg flutuando no mar. Saí correndo até o deck para ver mais de perto e enquanto aquela pedra de gelo enorme passava do meu lado, meu olho encheu de lágrimas. "Eu não acredito que estou aqui", pensei.

Os dias seguintes foram uma sucessão de acordar cada dia com uma paisagem diferente. Montanhas cobertas de gelo, icebergs, neve caindo e noites que nunca escurecem completamente nesta época do ano de verão.

Um diferencial da expedição da Swan Hellenic é que você não fica só no navio. Você, de fato, põe os pés na Antártica. Através de botes infláveis chamados de zodiacs, um guia te leva a lugares inóspitos - uma ilha com colônia de pinguins, uma base britânica de pesquisa e até um lugar conhecido como a agência de correios mais ao sul do mundo.

 Foto: Amanda Noventa

Mas, uma das coisas que provam que uma viagem para a Antártica não é como as outras, é a imprevisibilidade. Não dá para dizer que você vai ver isso ou aquilo, passar por esse ou aquele ponto. Tudo depende do clima. Se o vento estiver forte ou com muita neve, pode não ser seguro para se aventurar fora do navio. Neste caso, o SH Vega parte em busca dos lugares mais adequados para viver as melhores experiências.

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Mesma coisa com o caiaque, uma das coisas mais legais que fiz nesta viagem mas que só era possível fazer se o clima estivesse adequado. Em uma das tentativas, os caiaques já estavam preparados do lado de fora do navio, os passageiros a postos para começar a aventura e um vento que chegou de repente fez a missão ser cancelada. Deixamos para uma próxima parada que acabou sendo emocionante: remamos em águas cobertas de pedras de gelo e encontramos uma foca descansando num iceberg. E vamos de mais lágrimas.

 Foto: Amanda Noventa

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O que não falta na Antártica são os animais. Às vezes você está ali, de bobeira observando a paisagem, quando surge uma baleia orca (ou duas). A Antártica é o lugar onde há mais baleias orcas no mundo. Numa manhã, eu estava sozinha tomando meu café olhando a vista pela janela, quando do nada aparece uma baleia esguichando água para cima. Eu fui para esta viagem pensando "será que vou ver baleia?" e descobri que não tem como não ver, elas aparecem o tempo todo. 

Para garantir que a experiência seja completa e entenda um pouco mais do ambiente antártico, a expedição conta com um time de especialistas que faz toda diferença na viagem. Tem palestra rolando o dia inteiro com biólogos marinhos, ornitólogos, historiadores... E é com esse time que a gente sai nos zodiacs para explorar o continente. No final da viagem, você já está apegada a todos eles e sabe que vai sentir saudades.

Fazia tempo que eu não fazia uma viagem dessas que emocionam, que pela conexão com o lugar fazem você se conectar consigo mesma. O problema agora é: como encontrar outra viagem que supere a Antártica? Ainda me parece impossível.

 Foto: Amanda Noventa

Como chegar lá

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A temporada de viagens a turismo para a Antártica acontece no verão, entre novembro e fim de fevereiro, com expedições da Swan Hellenic que variam de 9 a 21 dias de viagem.

A agência de viagens Fuga oferece pacotes especiais da Swan Hellenic para a Antártica, com voo de Buenos Aires a Ushuaia incluído. 

Clique aqui para saber mais sobre a Swan Hellenic.

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