Amazônia pelo Rio Solimões, de Manaus até a Colômbia

A bordo de um barco regional, mas com algumas mordomias, navegamos por sete dias, ao lado de moradores e entre cenários intocadas pelo turismo

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Moradores e turistas mochileirosviajam em redes no barco regional M. Monteiro. Foto: Mônica Nobrega/Estadão

Caldinho de pirarucu, suco de taperebá, matrinxã assado, farofa de uarini. A primeira imersão no mundo amazônico se apresentou tanto em forma de comida quanto na de um vocabulário todo novo. E que seguiria sendo incrementado ao longo dos próximos dias. 

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Eu havia acabado de chegar a Manaus. No dia seguinte, começaria uma viagem de uma semana pelo Rio Solimões no barco regional M. Monteiro, rumo à Colômbia. Barcos regionais levam moradores, acomodados em redes, e cargas, seu principal faturamento. Quase nunca turistas; no máximo, mochileiros. 

Naquele almoço no restaurante Banzeiro (banzeiro é a agitação que os barcos causam nas águas dos rios) conheci Ricardo Koellreutter, dono da agência paulistana Paradiso Turismo e criador do projeto Amazônia, Estradas d’Água. O roteiro propõe desbravar uma Amazônia intocada pela indústria do turismo, no ritmo da vida local. 

Os grupos têm no máximo 20 pessoas; o meu, o quarto desde que o roteiro foi criado, tinha seis. Há outras três saídas programadas este ano (veja datas e preços abaixo). Embora integrados ao dia a dia da embarcação, esses viajantes têm facilidades: cabines com banheiro, refeições mais variadas e passeios em voadeira, adaptados diariamente.

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Na contemplação e na convivência com moradores e tripulação, a Amazônia vai mostrando suas faces e nomes. Igarapé, igapó, paranã, lago, furo referem-se ao rio. Cajá, cupuaçu, pacovã, biribá, tucumã e cubiu são frutas; matrinxã, pirarucu, tambaqui e surubim, peixes. Na paisagem, açaizeiro, castanheira, abacaba e juari são palmeiras; e nelas pousam o japó, o japini e a coroca.

As redes são o jeito supereconômico de fazer a viagem, com refeições incluídas na passagem. Mesmo usando banheiros coletivos e fazendo passeios até prainhas de rio apenas nos portos de paradas, vi também os mochileiros se divertindo. E vivendo um estado de encanto pela Amazônia para o qual não há palavras. 

Quanto custa e como ir:

Preços: saída em grupo custa R$ 4.850 por pessoa, em cabine dupla. Inclui 2 noites em hotel em Manaus e 1 em Letícia, refeições e passeios. A Paradiso vende também a cabine no M. Monteiro, sem passeios, por R$ 1.750 por pessoa, e a viagem em rede, por R$ 585; preços sem aéreo. A passagem em rede pode ser comprada no porto de Manaus por R$ 385, mas sem garantia de vaga.

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Próximas saídas em grupo: 25 de maio, 17 de agosto e 9 de novembro. 

Contato: 11-3258-4722; paradisoturismo.com.br.

VEJA GALERIA DE FOTOS DA VIAGEM DE BARCO REGIONAL PELA AMAZÔNIA

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