Anhembi: prédio há 30 anos em construção enfim pode virar hotel

Esqueleto de concreto construído em 1967 e até hoje abandonado está sendo vendido pela proprietária, a Fiesp, para a empresa Alcântara Machado, que organiza feiras no local

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Por Agencia Estado
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Há 30 anos abandonado, o esqueleto de concreto no Parque Anhembi, na zona norte da cidade, pode se transformar num hotel, como era previsto desde a inauguração do complexo, em 1967. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), dona do prédio, está em negociações finais para vendê-lo à empresa Alcântara Machado, especializada na promoção de feiras e eventos. Segundo a assessoria da Alcântara Machado, ainda faltam "detalhes finais" para que o negócio seja concretizado. A Assessoria de Imprensa da Fiesp confirma a compra, informando que ela já está fechada desde dezembro. "Isso não é novidade", comentou uma assessora. O valor da negociação também já estaria fechado, mas nenhuma das partes quis divulgá-lo. A área, de 36,5 mil metros quadrados, deverá abrigar um hotel e outro centro de convenções, ao lado do já existente, exatamente como o previsto no projeto original do Parque Anhembi, de autoria do arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, atual secretário municipal do Planejamento. As obras devem começar ainda neste mês, e a estrutura abandonada deverá ser aproveitada. Projetado para ser um hotel de luxo, o Hotel Parque Anhembi teria 280 apartamentos e 26 suítes duplex, distribuídos por 13 andares. Seria o local ideal para abrigar executivos estrangeiros, que participam de feiras e congressos no vizinho pavilhão de exposições. Mas apenas sete andares foram construídos, e abandonados na década de 70, por falta de recursos. Outdoor - A estrutura começou a apresentar problemas meses depois: as madeiras que circundavam o concreto começaram a apodrecer e as ferragens enferrujaram. Além disso, formaram-se poças de água nos quatro poços de elevadores. O local também virou apoio para grandes placas de publicidade, no que era considerado o maior outdoor da cidade. Em 1975, o então prefeito Olavo Setúbal lançou a idéia de concluir o edifício e transformá-lo o na sede da prefeitura da capital. "Deixar o esqueleto do jeito que está não é mais possível", chegou a dizer. Mas a idéia não avançou: sem dinheiro, a prefeitura abriu concorrência, ainda naquele ano, para os interessados em terminar e explorar o hotel. Resultado: nenhum inscrito apareceu, e o local acabou se transformando numa garagem. O ex-prefeito Jânio Quadros negociou a área com a Fiesp em 1987, em troca do pagamento de uma dívida que a Anhembi Turismo e Eventos, empresa da qual a prefeitura é sócia majoritária, tinha com o Banespa. A troca foi considerada irregular.

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