Bonito: quando ir? O que fazer? Dez coisas essenciais para planejar sua visita

As atrações são sempre visitadas com guias e os rios ficam mais cristalinos de maio a setembro. Saiba mais sobre o destino

PUBLICIDADE

Por Nathalia Molina
Atualização:

Duas horas de voo de São Paulo e o cinza vira verde. Sair da capital e chegar a Bonito tão rapidamente, com pouco tempo em aeroportos é um luxo. Conhecido pela sustentabilidade, o destino no Mato Grosso do Sul é também estruturado para o turismo, com uma oferta de 7 mil leitos nos hotéis e um centro com restaurantes, bares e lojas.

Desde dezembro, a Gol oferece dois voos diretos por semana entre Congonhas e o Aeroporto Regional de Bonito. Os horários são práticos: o viajante deixa São Paulo no horário do almoço, chegando lá quando o quarto do hotel já está próximo de ser liberado para o check-in.

PUBLICIDADE

A volta, no meio da tarde, permite aproveitar a manhã para descansar no hotel, arrumar a mala ou comprar souvenir no comércio local. Ou seja, é possível ir a Bonito passar um feriado prolongado, por exemplo, algo impensável na minha primeira visita à cidade, em 2006.

Voltei 15 anos depois e tive a boa surpresa de ver um destino brasileiro que melhorou e se tornou acessível a viajantes de todas as idades. Sem se descaracterizar ou permitir que o fluxo de turistas acabe com justamente o que leva tanta gente a sonhar em conhecê-lo: a natureza.

Publicidade

Flutuação na Nascente Azul, em Bonito Foto: Alexis Prappas


Um sistema de reservas de passeios, chamado de voucher único, permite controlar a quantidade de visitantes em Bonito desde 1995. De acordo com a Secretaria de Turismo do município, há aproximadamente 9 mil vagas disponíveis por dia para visitantes nos atrativos.

O voucher único torna a dinâmica em Bonito diferente de outros destinos brasileiros. “É mérito dos empresários. Eles criaram o sistema. Esse controle da capacidade ninguém faz em outro lugar do País, nem em (Fernando de) Noronha. Em termos de belezas naturais, lá é um paraíso também, mas, em organização e processo de comercialização e controle, não conseguem”, diz Bruno Wendling, diretor presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS).

Equilibrar conservação da natureza e turismo não é algo fácil. Mas, há anos, Bonito encontrou esse caminho, graças a um conjunto de leis, programas e instrumentos de fiscalização, segundo explica Jaqueline Gil, CEO da Amplia Mundo, consultoria do setor de viagens. “Há sólidos avanços em Bonito, resultado de um trabalho de décadas em busca de equilíbrio entre conservação da natureza e turismo”, diz.

A empresa cria e aprimora experiências de turismo com empreendedores de todo o Estado, dentro do programa Trilhar MS, uma parceria da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Na região, desenvolveram-se empreendimentos que ditam tendências no País, sobretudo pelo financiamento, por meio do turismo, à conservação da natureza.”

Publicidade

Confira, a seguir, como planejar e o que visitar na cidade que virou sinônimo de ecoturismo.

APENAS COM GUIAS

Trilha Cachoeiras na Estância Mimosa Foto: Nathalia Molina/ComoViaja

Para manter o controle de visitantes, as atrações não são visitadas por conta própria. Os passeios precisam ser comprados em uma agência de viagens e só é realizado com guias. O transporte pode ser feito em carro próprio ou com traslado contratado.

BONITO COMO BASE

Muitos dos atrativos, na verdade, estão nos municípios vizinhos de Jardim e Bodoquena. Mas a cidade mais conhecida é o ponto de chegada de voos e serve de base para o roteiro, em razão da boa oferta de hotéis e restaurantes.

PASSEIO CLÁSSICO

A flutuação entre peixes de água doce é a principal atividade em Bonito, o passeio que fez a fama da região. Com roupa de neoprene, calçado para água, máscara, snorkel e colete salva-vidas (os equipamentos são fornecidos pelos atrativos), você flutua com o rosto na água. Enquanto o corpo é levado pela correnteza do rio, os olhos mergulham na beleza subaquática. E haja piraputanga, peixe amarelado, típico daquela parte do País.

Publicidade

Flutuação em Barra do Sucuri Foto: Alexis Prappas

A atividade pode ser experimentada em vários lugares. O Recanto Ecológico Rio da Prata, o mais conhecido, conta com excelente organização e recepção. Na Nascente Azul, o viajante pode também visitar um museu subaquático. Há ainda boia-cross e passeio a cavalo no Parque Ecológico Rio Formoso. Outro ponto para experimentar a atividade é o Aquário Natural.

NOVIDADES

É bom checar as opções de passeios no site oficial de Bonito (turismo.bonito.ms. gov.br). A cidade contabiliza 36 atrativos, com 56 atividades, e segue em expansão. Os passeios mais recentes são a Gruta do Mimoso (com flutuação dentro da caverna; Instagram @passeiogrutadomimoso), o balneário Estrela do Formoso (com caiaque e tirolesa; estreladoformoso.com.br) e o Recanto das Águas (com cachoeiras e passeio de trator; Instagram @recantodasaguasbonitoms).

RADICAL OU SUAVE

Bonito não necessariamente exige bom condicionamento físico. Claro que o Abismo Anhumas (rapel dentro de uma gruta, com possibilidade de flutuação ou mergulho) é indicado para os mais ativos, embora já exista um rapel elétrico. Mas caminhar para ver as aves no Buraco das Araras, por exemplo, é suave.

Publicidade

Buraco das Araras, em Bonito (MS) Foto: Alexis Prappas

E existem lugares com as duas situações, caso da Boca da Onça. A Trilha Adventure com rapel demanda disposição e coragem, enquanto a meia trilha Buraco do Macaco é recomendada para crianças e idosos. Inclui a Janela para o Céu, paisagem natural de borda infinita. Nos mesmos moldes – caminhada com paradas para banho –, há outras agradáveis opções na Estância Mimosa e no Cachoeiras Serra da Bodoquena.

MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR

As estações são bem definidas – chove no verão, mas é quando a posição do sol garante maior luminosidade na Gruta Azul. No inverno, apesar do frio, a água atinge seu ápice de visibilidade (em média, a temperatura da água fica em 20 graus).

COZINHA REGIONAL

Um dos restaurantes de comida local é o Casa do João (Instagram @casadojoaorest), que serve pintado e traíra. Para casais ou grupos pequenos, o chef Sylvio Trujillo, do Marruá Hotel (marruahotel.com.br), prepara o menu Experiência Regional, com ingredientes locais, harmonizados com bebidas da cervejaria artesanal Prosa (prosa.beer).

Publicidade

Comida caseira e apetitosa na Estância Mimosa  Foto: Nathalia Molina/ComoViaja

Quem ama gastronomia pode embarcar numa das expedições da Brasil Food Safaris (brasilfoodsafaris.com), com o chef sul-mato-grossense Paulo Machado. Em agosto, o roteiro incluiu Bonito; em dezembro, a viagem vai ao Pantanal.

HOTÉIS

Bonito reúne acomodações distintas, de albergues a ecoresorts, como o Zagaia (zagaia.com.br). Aberto em 2021, o Promenade Bonito All Suites (bonitoallsuites.com.br) é a mais recente inauguração. Há dois hostels da rede Che Lagarto (chelagarto.com).

VOOS

A Azul conecta, sem escalas, Viracopos (Campinas) a Bonito, cinco vezes por semana. No fim de 2021, a Gol lançou a rota direto de Congonhas

QUANTO CUSTAM AS PRINCIPAIS ATRAÇÕES DE BONITO?

* Recanto Rio da Prata: Flutuação a R$ 300, incluindo almoço e equipamentos: riodaprata.eco.br

Publicidade

*Buraco das Araras: R$ 92; fotografia e observação a R$ 227 (4h) e R$ 345 (8h): buracodasararas.com.br

*Gruta do Lago Azul: R$ 90: grutadolagoazul.com.br

* Nascente Azul: Flutuação com day use por R$ 230; museu subaquático a R$ 350; day use (praia, trilhas e tirolesa) por R$ 65: nascenteazul.com.br

* Parque Rio Formoso: Formoso Adventure (trilha, flutuação, tirolesa e arvorismo) a R$ 200; boia-cross e passeio a cavalo por R$ 120 cada: parquerioformoso.com.br

Publicidade

* Abismo Anhumas: Tarifas de R$ 899 (contemplação) a R$ 1.690 (mergulho): abismoanhumas.com.br

* Estância Mimosa: R$ 205, incluindo almoço: estanciamimosa.eco.br

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.