Você já teve um ano-novo tão marcante que deu vontade de voltar no tempo para comemorar de novo? E se fosse possível celebrar o réveillon num país, viajar para outro e ainda ter tempo suficiente para fazer mais uma festa para festejar a virada mais uma vez?
Viajar no tempo é impossível, mas, com um toque de sagacidade, você pode cruzar fusos horários e voltar algumas horas até dar meia-noite de novo. A seguir, o Viagem te dá dicas para celebrar o ano-novo num país e repetir a festa em outro - tudo isso no mesmo dia.
De Sydney ao Havaí de avião fretado
Uma das frases mais clássicas que ouvimos no último dia do ano é ‘já é ano novo na Austrália’. Por lá, as festividades começam com 14 horas de antecedência. Sydney, uma das principais cidades do país da Oceania, está situado no fuso horário +11, um dos últimos da Linha Internacional de Data, o ponto que divide o primeiro (-12h) e o último fuso horário (+14h) do planeta. Isso quer dizer que se uma pessoa estiver localizada na região do último fuso horário e decidr atravessar até a região da linha da outra extremidade, ela ‘voltará' 26 horas no tempo.
Isso abre uma brecha para quem está interessado em comemorar o ano-novo duas vezes. A PrivateFly, empresa especializada em voos particulares, oferece um plano de viagem para os aspirantes a viajante no tempo. É possível pegar um voo em Sidney, após a virada, para ir até o Havaí e festejar a chegada de 2020 mais uma vez.
Pela quantia de US$ 275 mil (aproximadamente R$ 1,1 milhão) é possível fretar um voo com capacidade de até oito pessoas - o que dá cerca de R$ 140 mil reais para cada pessoa - para sair de Sidney, Austrália, às 2 da manhã do dia 1º de janeiro e chegar às 20h30 do dia 31 de dezembro em Honolulu, no Havaí. Tudo isso a bordo de um Gulfstream G650ER, avião capaz de andar na velocidade Mach 0,9, um pouco abaixo da velocidade do som.
Da Nova Zelândia até as Ilhas Cook de avião comum
Para os não tão endinheirados, uma alternativa mais em conta - e com mais tempo de folga - é voar da Nova Zelândia para as Ilhas Cook. Os dois lugares são próximos, mas são separados pela Linha Internacional de Data. A diferença entre um lugar e outro é de 23 horas.
É possível sair do aeroporto de Auckland, na Nova Zelândia, às 8h55 do dia 1º de janeiro e chegar em Rarotonga, nas Ilhas Cook, às 11h45 do dia 31 de dezembro. Assim, dá para desfrutar mais de 13 horas a paradisíaca ilha até a nova virada de ano. A viagem na classe econômica custa 283 dólares neozelandeses, o que dá R$ 766.
Aproveite os fusos horários europeus
Celebrar dois anos-novos binacionais é uma tarefa mais simples na Europa. Atualmente, há três diferentes fusos horários entre os países da União Europeia, que, pelo Acordo de Schengen, permite a livre circulação de pessoas entre eles.
Uma sugestão é cruzar a fronteira entre Espanha e Portugal. A diferença de tempo já se observa apenas na passagem de um país para o outro. Em lugares como em Sanlúcar de Guadiana, no sudoeste espanhol, é possível atravessar a fronteira de tirolesa - a única transfronteiriça do mundo - para chegar a Alcoutim, Portugal, com uma hora a menos de diferença em relação à cidade espanhola.
Outra possibilidade é aproveitar a cidade histórica de Badajoz, na Espanha para ir até Elvas - cidade tombada como Patrimônio Histórico pela Unesco - em Portugal. É possível fazer a viagem entre os dois lugares em apenas 20 minutos.
E se você preferir apreciar a natureza, uma outra forma é cruzar a fronteira entre Suécia e Finlândia. Em Karesuando, na Lapônia, o Rio Muonio divide a região entre a parte sueca e a finlandesa. Dá para fazer festa na Finlândia, cruzar a ponte, e esperar a virada de novo na Suécia, com a chance de contemplar a aurora boreal.Agora não espere muita festa - há apenas 500 habitantes entre um lugar e outro.
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