Chapada Diamantina: escolha o roteiro de acordo com seu preparo físico

Engana-se quem pensa que a Chapada é só para aventureiros. Separamos três opções (iniciante, intermediário e avançado) para você escolher a quem mais combina com seu estilo

PUBLICIDADE

Trilha para o Vale do Pati Foto: Marina Azaredo/Estadão

A Chapada Diamantina deixa marcas. Se não no corpo, ao menos na alma. É comum encontrar por lá forasteiros de diversas partes do Brasil e do mundo, gente que foi para conhecer as cachoeiras, as trilhas e o cerrado misturado à Mata Atlântica e acabou se apaixonando - e nunca mais voltou para casa. As justificativas variam: natureza exuberante, atmosfera hippie, clima despojado e até motivações místicas. Na internet pipocam teorias sobre um portal para outra dimensão que estaria localizado lá. 

PUBLICIDADE

Mas o certo é que ninguém sai de Lençóis do mesmo jeito que chegou - a pequena cidade de 10 mil habitantes é a principal porta de entrada para o destino. Eu, que me considerava uma pessoa essencialmente urbana, senti tamanha conexão com a natureza que saí planejando voltar em breve. Em pouco mais de uma semana lá, superei medos, enfrentei desafios, descobri a delícia que é viver sem celular, vi paisagens de cair o queixo. E sempre me arrepio ao lembrar da emoção que senti ao ver pela primeira vez o Vale do Pati em toda a sua imensidão.

Os números na Chapada Diamantina são grandiosos: mais de 200 cachoeiras, 200 grutas, 1.500 quilômetros de trilhas e um parque nacional de 152 mil hectares. O destino fica no coração da Bahia, a 420 km de Salvador e longe das praias que renderam fama ao mais sedutor dos Estados brasileiros. Mas exibe um emaranhado de belezas sem precedentes. É possível explorar tudo de diversas formas: de carro, de bike, ou a pé, fincando base em uma das suas 24 cidadezinhas ou dormindo cada noite em um local diferente, acampando ou se hospedando em hotéis confortáveis com uma boa cama king size. Tudo depende do tipo de turista que você é - ou que está disposto a ser.

Para quem vai pela primeira vez, o ideal é reservar ao menos uma semana - com menos tempo corre-se o risco de voltar para casa frustrado com a quantidade de atrações que ficaram de fora. A verdade é que há atividades e belezas naturais suficientes para estadas muito mais longas. Uma vez lá, o melhor é alugar um carro para rodar à vontade e conhecer os principais pontos turísticos da região. Outra opção é contratar um pacote de Volta ao Parque, que inclui o transporte e as atrações mais populares da Chapada. 

Morro do Pai Inácio, principal cartão-postal da Chapada Foto: Marina Azaredo

Onde se hospedar

A base mais óbvia é Lençóis, que tem boa oferta de hotéis e restaurantes e um aeroporto com voos de e para Salvador. Com ares coloniais, a cidade é charmosa e animada à noite, principalmente nos meses de férias. Mas há outras opções interessantes. O Vale do Capão concentra a turma hippie. Mucugê é tranquila e tem um bonito casario, além de um inusitado cemitério bizantino. Guiné é ideal para quem pretende encarar o árduo trekking no Vale do Pati

E Igatu é por si só uma atração. O mais pitoresco dos vilarejos da Chapada é uma herança dos tempos áureos do garimpo de diamante na região, que teve seu ápice entre 1844 e 1871. O povoado chegou a ter 9 mil habitantes, cinema e loja de produtos importados. Hoje tem 500 moradores e atmosfera bucólica, mas a história continua presente na arquitetura e no estilo de vida de seus moradores. Tombadas pelo Iphan, as ruínas das casas de pedra que pertenciam aos garimpeiros ficam em uma das extremidades do distrito e, misturadas à vegetação, compõem um cenário que lembra as cidades de pedra europeias. 

Publicidade

Lençóis tem boa infraestrutura, com pousadas e restaurantes Foto: Marina Azaredo/Estadão

As diversas trilhas e atrações naturais da Chapada Diamantina garantem a presença dos ecoturistas, da turma hippie e até de moradores de grandes cidades em busca de reconexão com a natureza. Termos como trekking, trilhas e aventura, no entanto, podem afastar quem gosta de conforto, não curte longas caminhadas e evita a todo custo qualquer tipo de perrengue nas férias. A boa notícia é que alguns dos melhores atrativos da região exigem pouco ou nenhum esforço físico - e são acessíveis até para os mais sedentários. Dividimos as principais atrações do destino por nível de esforço físico. Escolha o seu e vá preparado para voltar diferente.

COMO CHEGAR

Aéreo

A Azul voa a Lençóis às quintas e domingos, saindo de Salvador, por a partir de R$ 421,10 o trecho. De ônibus, a partir da capital baiana, são cerca de 7h com a Rápido Federal (R$ 88,16 o trecho). Considere alugar carro para ter mais mobilidade entre as atrações. Passeios

As agências locais Cirtur, Terra Chapada e Nas Alturas oferecem várias combinações de tours. Preços desde R$ 88 para o Morro do Pai Inácio, R$ 330 para a Cachoeira do Buracão e R$ 1.200 para 3 noites no Vale do Pati. A Venturas tem pacotes de 5 dias para a Chapada a partir de R$ 2.451 por pessoa. 

Quando ir

Dá para ir à Chapada o ano todo. No verão, chove mais e as cachoeiras estão cheias. O inverno tem noites bem frias - pense bem na mala, especialmente se for acampar em alguma trilha. De fevereiro a outubro, há luz no Poço Azul.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.