Complexos revelam particularidades

Rituais sagrados dos mochica podem ser conferidos nas Huacas e em El Brujo; cotidiano dos lambayeque, em Túcume

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os que imaginavam que imensas pirâmides, com dezenas de metros de altura, eram exclusividade dos egípcios, se enganaram. Resultado da forte conotação religiosa que marcou as culturas pré-incaicas, essas gigantescas construções estão espalhadas também por diversos sítios arqueológicos situados na costa peruana. Em função da falta de recursos governamentais para escavações, muitas delas ainda permanecem sob milhares de anos de depósitos sedimentares. Mas nem por isso perdem a graça. Situadas a cerca de cinco quilômetros de Trujillo, terceira maior cidade do Peru, as Huacas do Sol e da Lua (de segunda a domingo, das 9 às 16 horas; entradas a 11 soles ou R$ 7) são alguns dos melhores exemplos. Em quíchua, a palavra huaca é usada para denominar tudo aquilo que é sagrado. Nesse caso, refere-se a dois templos religiosos que foram grandes centros de poder do povo mochica, uma das mais marcantes civilizações pré-incaicas, que viveu entre os séculos 1º e 7º. Atribui-se a eles a criação da primeira sociedade estatal da América, com organizações definidas. A Huaca do Sol, a maior das duas, foi fortemente saqueada pelos chamados ?huaqueiros? - caçadores de tesouros que contribuíram para destruir uma parcela significativa do patrimônio arqueológico do país - e até hoje não foi escavada. A Huaca da Lua, por outro lado, é um espetáculo. Em seu interior estão conservados diversos murais com desenhos e inscrições e gravuras em alto relevo. Mas boa parte do fascínio fica por conta da cultura de sacrifícios humanos que marcou a civilização mochica. Durante a visita ao templo é possível ver de perto os locais onde eram depositados os corpos sacrificados como oferenda junto com um pedido aos deuses por um clima favorável. Diferencial Outro símbolo da cultura mochica, também nos arredores de Trujillo, é o complexo arqueológico El Brujo (Valle de Chicama; abre das 9 às 16h45; entradas a 3 soles ou R$ 2). As escavações não são tão avançadas como as da Huaca da Lua, mas o local apresenta um diferencial: lá foi descoberta a tumba da Senhora de Cao, que levou esse nome por ter sido encontrada na Huaca Cao Viejo. É considerada uma das maiores descobertas arqueológicas dos últimos anos (veja mais na página 10). Outro ponto da costa peruana onde é possível avistar dezenas de pirâmides é o Complexo Arqueológico de Túcume (das 8 às 17 horas; entradas a 8 soles ou R$ 5), que, no passado, abrigou a cultura lambayeque, conhecida como sicán. Lá, o trabalho arqueológico ainda é incipiente e o pouco que já foi escavado não está aberto à visitação. O passeio vale pela paisagem, com uma pirâmide ao lado da outra.

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