O mais tradicional hotel da capital baiana, o Meridien, um cinco estrelas construído no final da década de 70, com 480 apartamentos distribuídos em 24 andares, foi fechado, ontem, por decisão da Justiça como conseqüência de uma dívida de R$ 1,241 bilhão da administradora do prédio, a Sisal Bahia Hotéis de Turismo S.A., junto ao Banco do Brasil. Oficiais de Justiça e policiais levaram o despacho do desembargador Paulo Luís Souza Ramos no final da manhã, proibindo a entrada de novos hóspedes mas garantindo a estadia dos que já estavam no hotel.Foi o banco que construiu o hotel, mas em 1987, o arrendou à Sisal que continuou alugando o prédio para a Rede Meridien. Contudo, apesar de acertar em contrato pagar o valor do arrendamento do BB em 35 prestações, a Sisal só honrou a primeira. A partir de então, a assessoria jurídica do banco luta na Justiça para cobrar a dívida que, com as atualizações, chegou aos R$ 1,241 bilhão este mês. "Nós tentamos negociar de todas as formas, mas a empresa sempre se recusou", disse o advogado Antonio Francisco Costa, do Banco do Brasil. Segundo ele todas as lojas, restaurantes e boates do hotel serão fechadas para que o banco possa fazer um inventário. "O que for do BB ficará, o que for da Sisal deve ser retirado imediatamente", disse. Surpreso com a medida, o diretor do Meridien, Jean Pierre Sorin, comunicou o fato à direção da rede em Paris e está aguardando instruções sobre como proceder pois o Grupo Meridien não tem nada a ver com a briga entre a Sisal e o Banco do Brasil. O episódio foi lamentado pelo secretario de Cultura e Turismo da Bahia, Paulo Gaudenzi. "Evidentemente que o governo do Estado quer o hotel funcionando e este fechamento não é bom para a imagem do turismo baiano, embora envolva uma empresa privada", disse.
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