Roteiros temáticos para descobrir a pé

Vista sapatos confortáveis e saia em busca de experiências sensoriais em três concorridas (e encantadoras) metrópoles. Com The New York Times

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Por Redação
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Madri: Tapas têm gosto de festa

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O visitante desavisado pode achar que está havendo alguma comemoração pública na Cava Baja de Madri. Mas, para as festivas hordas de jovens que caminham pela rua flertando, cantando e parando em bares para um drinque ou petisco, essa é só mais uma noite de sábado. Cava Baja é o marco zero daquele que é o mais espanhol dos rituais, o tapeo.

O tapeo perfeito consiste em parar num bar com amigos, pedir uma bebida e algo para beliscar, depois seguir para o próximo, repetindo o ritual enquanto a carteira e o equilíbrio se mantiverem. Cava Baja, com suas dezenas de bares de tapas ao longo de dois quarteirões, tem longa história de hospitalidade. Séculos atrás, abrigava pequenas pousadas que acolhia comerciantes em viagem. Um passeio que começa em Puerta Cerrada, na extremidade norte da rua. Na Posada del León de Oro (no número 12), um prato de croquetes com presunto, chouriço ou queijo Cabrales é um bom começo de noitada.

Algumas casas adiante e a rua se transforma num tour culinário da cozinha regional espanhola. No Orixe (número 17), moluscos grelhados à moda da Galícia acompanham pimentões verdes fritos. O Txakolina (26) tem como especialidade o vinho branco basco ligeiramente frisante, que dá nome à casa e combina com mexilhões assados ao molho bechamel.

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El Escaldon (29) é o lugar para experimentar um prato das Ilhas Canárias, as batatas enrugadas, cozidas em água do mar e servidas com um molho à base de alho. A Casa Lucas (30) oferece algumas das mais saborosas tapas da rua. Mas com apenas seis mesas, é melhor fazer como os madrilenhos e se acotovelar no balcão do bar para pedir um prato de lula, envolta em bacon.

Se fizer todo o percurso, ao chegar ao fim da rua os bares de tapas estarão fechando e você estará pronto para seguir na direção do Vaova, entrar, pedir um gim com tônica e se acomodar num sofá aconchegante. / LISA ABEND

Istambul: endereços de fé e tradição

A Turquia é um país de maioria muçulmana, mas a história religiosa de Istambul é multicultural. E isso fica claro durante um passeio de duas horas e meia ao longo do Halic, ou o Chifre de Ouro, braço de mar que separa a Cidade Velha de Beyoglu, a região mais contemporânea.

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Na parada de ônibus de Fener, cruze a Abdulezel Pasa Caddesi, principal avenida à beira-mar, passe pelas lojas de bijuterias, e prossiga até chegar a uma área cercada por muralhas onde fica a Igreja de São Jorge, sede da Igreja Ortodoxa do Oriente. No interior dela você verá o trono com incrustações de marfim do patriarca Bartolomeu e uma parede repleta de ícones em ouro.

Mais acima está a Igreja de Santo Estevão dos Búlgaros, construída com painéis de ferro que foram fundidos em Viena, transportados por barco ao longo do Rio Danúbio e montados na década de 1800.

  

Continue a caminhada pela avenida Mursel Pasa Caddesi para então degustar uma almôndega em Kofteci Arnavut (procure pelo Mavi Kose). Depois, entre no bairro judeu de Balat até chegar ao cruzamento com a Leblebiciler Sokak (a rua dos vendedores de grão de bico assado). Logo em frente está a Sinagoga de Yanbol, que leva o nome de uma cidade da Bulgária. Mais adiante, no mesmo bairro, você encontrará a Sinagoga de Arida, com sua cúpula interior de madeira restaurada.

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Retorne à avenida principal e caminhe pelos parques ao longo da margem nos quais famílias turcas costumam fazer piquenique em dias de tempo bom. Passe sob a ponte, depois pela Feshane, uma antiga fábrica otomana, atravesse o bulevar, cruze o mercado de souvenirs até chegar à Mesquita do Sultão Eyup e a tumba do profeta Maomé. Ali você verá noivas em seus vestidos de renda rezando e meninos desfilando com capas e barretes brancos que fazem parte do seu ritual de circuncisão.

À esquerda há uma ladeira que passa por um cemitério repleto de tulipas - a via inclinada vai levá-lo ao Pierre Loti Cafe, homenagem ao escritor e oficial da marinha francesa. Dali, degustando um sorvete de pistache e um café, você verá todo o caminho para o Palácio Topkapi.

/ SUSANNE FOWLER

Praga: Provocações em forma de arte Obras de arte públicas provocadoras estão ao alcance de uma caminhada pelo centro de Praga. Parta da Cidade Velha: na Rua Dlouha, a gigantesca escultura dourada de um fêmur humano pende no cruzamento com a Rua Rybna - a instalação foi inaugurada no ano passado pelo artista Jiri David. Prossiga a oeste pela Dlouha, virando à direita na Rua V Kolkovne, até chegar à Sinagoga Espanhola, onde o memorial de Jaroslav Rona a Franz Kafka mostra o jovem autor sentado sobre os ombros de um terno vazio. Siga a oeste pela Siroka e vire à esquerda na Rua Pariszka, onde estão as butiques; numa cidade de cervejas e linguiças, a sela de US$ 6 mil na vitrine da loja Hermès é um exemplo de arte conceitual. Cruze a Praça da Cidade Velha, vire à direita e entre na Rua Karlova. Na Rua Husova, veja a estátua de Sigmund Freud, de David Cerny, pendurado numa haste segurando-se por uma mão acima da rua. Para ver outra obra controvertida de Cerny, passe pela Narodni, vire à esquerda e siga a Rua Riina até chegar à estátua equestre de São Venceslau, na Praça homônima. Retorne. Na Rua Stepanska, depois de uns 30 metros, entre na Galeria Lucerna, onde a inteligente paródia de Cerny consiste no herói nacional checo sentado reto sobre um cavalo morto amarrado de ponta cabeça. / EVAN RAIL

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