Não é de hoje que o Japão desperta a imaginação até do mais sisudo dos turistas. E, se antes muitos brasileiros deixavam o destino "de molho" na lista de desejos de viagem com medo das burocracias do visto e dos preços impraticáveis no destino, 2025 passou a ser "o" grande convite para fazer esse sonho viajante virar realidade.
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Esse destino fascinante que une tradição milenar e tecnologias futurísticas sem o menor pudor, de templos históricos e culinária tão surpreendente, de cidades vibrantes e pacatos vilarejos, de arranha-céus futurísticos e paisagens naturais deslumbrantes, finalmente ficou mais acessível.
Já não precisamos mais de visto para visitar o Japão como turistas e, ao que tudo indica, os preços no país seguirão em 2025 bem mais camaradas (como estiveram em 2024) dada a desvalorização da moeda local.
Estive no Japão em outubro do ano passado, durante minha viagem de volta ao mundo. Passei pouco mais de uma semana por lá (com direito ao maior jetlag da minha vida rs) e foi tudo tão espetacular que o país está no topo dos meus desejos de viagem para este ano também.
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Para planejar sua viagem ao Japão
Sendo tão distante do Brasil e sem voos diretos conectando os dois países (eu viajei ao Japão via Chicago, nos EUA, e dali segui viagem para a China), o ideal recomendado pelos especialistas é ficar por ali pelo menos entre 8 (numa viagem mais compacta, envolvendo poucos destinos) e 15 dias (num itinerário um pouco mais completo).
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A minha viagem do ano passado, que se encaixou praticamente na primeira opção acima, acabou tendo apenas as (arrebatadoras!) Tóquio e Kyoto no meu itinerário. Eu planejava fazer duas viagens bate-e-volta dali; mas tanto Tóquio quanto Kyoto têm TANTA coisa legal para ver e fazer que resolvi deixar os bate-e-voltas para outra oportunidade. Mas quero voltar em breve para terminar de ver as lindezas dessas duas cidades tão incríveis e também incluir no meu roteiro a gastronômica Osaka, que recebe por seis meses a EXPO2025.
Explorar tanto Tóquio quanto Kyoto se revelou tarefa muito fácil: ambas cidades são muito bem servidas de táxis, transporte por aplicativo e transporte público, são em boa parte pedaláveis e têm a maior parte das comunicações/informações feitas em japonês e inglês, facilitando muito o nosso dia-a-dia como viajante.
O transporte público é super eficiente e fácil de utilizar, as cidades são extremamente limpas e seguras, a comida é simplesmente divina (inclusive para quem "não suporta" sushis e sashimis, viu?) e a única dificuldade por lá (além do jetlag dos primeiros dias...) é o fato dos dias terem apenas 24 horas diante do tanto que há para ver e fazer.
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Outro grande aliado do turista é o mítico Shinkansen, o icônico trem-bala japonês que alcança a velocidade de até 320 km/h e nos permite chegar em pouco tempo a diferentes destinos do país. Trajetos do Shinkansen, como a deliciosa viagem Tóquio-Kyoto-Tóquio, com direito ao Monte Fuji aparecendo na janelinha nos dias de tempo bom, estão incluídos no JR Pass, que é uma super mão na roda - e dá direito a viagens ilimitadas pelo país por períodos de 7 dias.
Eu emiti o meu JR Pass com a Quickly Travel, de São Paulo. A emissão com eles foi super prática e rápida, tudo feito via email e super bem explicadinho a cada passo. Recebi meu passe em mãos no dia da minha saída do Brasil, no aeroporto de Guarulhos, e troquei rapidinho num guichê do aeroporto de Haneda logo na minha chegada em Tóquio, sem filas ou complicações, já reservando ali mesmo os assentos para as minhas viagens, sem custos extras. Recomendo muito.
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Onde se hospedar
EM TÓQUIO
Tóquio é a fusão perfeita entre tradição e modernidade - ou seria mais correto dizer até futurismo? Dos templos milenares ao excesso de neon e luzes em Shibuya e Shinjuku, da cultura pop em Akihabara ao window shopping em Harajuku, do apelo comercial de Ginza ao sossego de Asakusa, da artistica Roppongi a Tokyo Bay, a fartura de hotéis de todo tipo e em todo canto realmente impressiona na capital japonesa.
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Para uma primeira viagem, eu acho Ginza uma região acertadíssima! Tem muita coisa que dá pra fazer à pé ali, incontáveis opções de cafés, bares e restaurantes dia e noite (inclusive sob os trilhos do Skinkansen!) e a maior parte das opções de compra para os shopaholics. Um dos shopping center mais novos, aliás, o Ginza 6, tem um excelente observatório gratuito no último andar (aliás, há um outro observatório gratuito imperdível em outra área de Tóquio, dentro do Tokyo Government Building).
É dos arredores também que partem e chegam os Shinkanzen na Tokyo Station; e das muitas estações de metrô espalhadas por Ginza e arredores a gente chega em qualquer canto da cidade.
The Peninsula Tokyo
Ali tenho duas recomendações, para dois estilos de viajantes diferentes. Primeiro, o excepcional The Peninsula Tokyo, com vistas divinas para o agito de Ginza ou para a paz dos jardins do Palácio Imperial a partir de seus quartos e suítes. Mesclando com perfeição um edifício moderno de Kazukiyo Sato com a herança e a cultura japonesas em todo canto, o hotel tem quase mil obras de arte japoneses espalhadas por suas acomodações e áreas comuns - incluindo uma espetacular instalação no lobby.
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Os quartos e suítes são incrivelmente espaçosos e cheios de amenidades bem pensadas, incluindo closet, deliciosos kimonos, grandes banheiros com pias duplas, um aparelho portátil de Wi-Fi pra você carregar pela cidade e até um aparato para secar o esmalte das unhas rapidamente embutido na penteadeira.
Há oito restaurantes diferentes no edifício (embora nem todos sejam administrados pelo hotel). Vale experimentar o delicioso menu do Peter, no 24º andar, com vistas espetaculares para a cidade (há também um bar anexo, com excelentes opções em drinks e comidinhas rápidas).
A localização incrível fica ainda melhor com o fato de uma das estações de metrô ter uma saída/entrada literalmente dentro do hotel. Hóspedes das suítes ainda ganham três horas de tour privativo pela cidade, por onde quiserem, num MiniCooper com motorista. Mas imperdível mesmo é seu spa, com piscina coberta de 20 metros e uma deliciosa jacuzzi, ambas com vista para os Jardins do Palácio Imperial.
Ah! Quem se hospeda no The Peninsula Tokyo conta gratuitamente com todos os serviços comuns aos Peninsula Hotels, como o concierge 24h disponível (inclusive antes da viagem!) pelo PenChat e o imbatível "Peninsula Time", que ajusta os horários de check in e check out aos horários de voos do hóspede.
CLIQUE AQUI para conferir disponibilidade e valores do The Peninsula Tokyo
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Imperial Palace Tokyo
Já o Imperial Palace Tokyo é um outro estilo de hotel, mas também excelentemente localizado em Ginza. Parte do portfólio da The Leading Hotels of the World, esta enorme propriedade, originalmente construída em 1890 e sobrevivente a uma série de terremotos, incêndios e guerras, foi reconstruída duas vezes (a primeira por Frank Lloyd Wright) e planeja passar por uma terceira reconstrução nos próximos anos.
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Com glamour old-school, lobby gigantesco, flores cuidadosamente posicionadas e mais de 900 acomodações no total, o Imperial Palace Tokyo ocupa toda uma quadra em Ginza, com metrô, restaurantes, bares, cafés e lojas no entorno. Com tarifa média, apresenta a clássica hospitalidade japonesa de maneira formal.
As acomodações nos chamados "andares imperiais" são um pouco mais modernas, com décor mais leve, charmosos kimonos e alguns benefícios (incluindo uma taça de vinho todo começo de noite). O café da manhã, incluído em boa parte das diárias, é curioso: a gente recebe vouchers no check-in, decide onde quer tomá-lo (no acanhado restaurante japonês, no grande buffet americano, no local do café mais continental ou num restaurante com temática de Snoopy e sua turma) e apresenta ao garçom na hora H.
Aliás, num hotel em tamanho similar a algumas propriedades de Vegas (o que inclui inúmeros balcões de check in e check out na recepção!), opções gastronômicas não faltam: são 17 estabelecimentos diferentes, incluindo um restaurante com estrela Michelin e um novo champagne bar. Detalhe importante: o hotel não conta com piscina nem spa.
CLIQUE AQUI para conferir disponibilidade e valores do Imperial Palace Tokyo.
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EM KYOTO
Na linda Kyoto, super fácil de conjugar numa mesma viagem com Tóquio, mesmo que rapidamente, história, tradição, boa mesa e espiritualidade dão o tom. Dos icônicos templos Kinkaku-ji (Pavilhão Dourado) e Fushimi Inari-Taisha (com seus portais vermelhos) aos seus bares e restaurantes ou à sensação de viajar no tempo em Gion ou Arashiyama, Kyoto é puro deleite - e muito fácil de explorar, seja caminhando, de táxi ou fazendo bom uso do transporte público.
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Eu achei excelente me hospedar no precioso Ritz-Carlton Kyoto. Não apenas por ser o melhor hotel Ritz-Carlton no qual me hospedei, mas também por sua localização, em uma área sossegada e silenciosa às margens do pitoresco Rio Kamo, mas com fácil acesso às principais atrações turísticas da cidade (e tem empréstimo de bikes para quem preferir fazer tudo pedalando).
As acomodações são espaçosas e podem ter estilo minimalista contemporâneo ou o dormitório em estilo tatame/ryokan, que foi minha escolha. Tudo com deliciosos kimonos, enormes banheiros com sabonetes e sais de banho artesanais,luxosas amenidades Diptyque e varanda privativa. O Ritz-Carlton Kyoto conta ainda com um belíssimo spa, uma fartura impressionante de obras de arte e dois deliciosos restaurantes, um japonês e um italiano.
Não bastasse tudo isso, ainda oferece dois espetaculares serviços de café da manhã (incluídos para membros Elite do programa Marriott Bonvoy): um buffet internacional no Locanda ou um estupendo menu tradicional japonês do minimalista Mizuki. Em ambos casos, há fartura de brioches e croissants de Pierre Hermé incluídos no gran finale da refeição.
CLIQUE AQUI para conferir valores e disponibilidade do Ritz-Carlton Kyoto
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Dicas práticas para quando você for
- A melhor época para visitar o Japão depende de seus interesses. Durante a primavera local, acontece a florada das cerejeiras (embora as estimativas sejam muito bem feitas, é difícil prever exatamente quando acontecerão em cada lugar; e os preços costumam inflacionar por isso mesmo). No outono, época da minha visita no ano passado, a coloração das folhas de bordo cria paisagens lindas tanto nas cidades quanto nas montanhas (e as temperaturas são bem agradáveis). Já o verão, que costuma concentrar os principais festivais culturais, costuma ser muito quente e úmido. E o inverno japonês dá ao viajante também a possibilidade de frequentar algumas estações de esqui no norte e intensifica as chances de relaxar nos onsen (termas naturais) do país.
- Preparar-se para lidar com a diferença de fuso horário é essencial para aproveitar melhor a viagem. O Japão está 12 horas à frente do horário de Brasília e a adaptação costuma levar mais de dois dias para a maioria dos viajantes. Convém beber sempre bastante água e fazer uma programação mais light no começo da viagem, até corpo e cabeça se acertarem rs.
- Baixe o cartão do aplicativo Suica na sua carteira digital para usar o transporte público em Tóquio, Kyoto e algumas outras cidades sem estresse. Você carrega seu cartão virtual com a quantia que quiser e ele vai debitando automaticamente conforme você usa (o valor de uma viagem é distinto dependendo da quantidade de estações ou distância que você percorre). Se sobrar saldo, várias lojas (inclusive as muitas 7Eleven e FamilyMart espalhadas pelas cidades) e até algumas atrações aceitam pagamento com ele.
- Não se esqueça que Tóquio é famosa também pelos bons drinks e tem diversos bares premiados que vale a pena conhecer. Sugiro começar pelo Tokyo Confidential, bar super descontraído e informal, perfeito para ir com amigos, sozinho ou em casal. Além dos excelentes coquetéis elaborados por uma equipe de bartenders conduzida por mulheres (foi fundado por Holly Graham, uma das figuras mais influentes na indústria de bares), há gente do mundo todo entre os clientes, o ambiente é super hospitaleiro e há ainda um terraço ao ar livre com uma vista incrível da Torre de Tóquio.
- Recomendo muito que você já chegue no Japão com um chip de celular ativado para garantir que sempre tenha acesso à internet. Usei, como sempre faço, o chip para viagens internacionais da O Meu Chip (que, aliás, funcionou maravilhosamente em todos os sete países da volta ao mundo) - e fiquei conectada 100% do tempo, sem estresse. Há sempre pelo menos 15% de desconto na compra de qualquer chip físico ou eSIM NESSE LINK com o cupom MARICAMPOS.
- Para não cair na armadilha dos preços surreais resultantes dos congestionamentos entre Tóquio e os aeroportos de Narita e Haneda, dependendo do horário do dia, se você decidir por um transfer privativo entre o aeroporto e seu hotel (como eu fiz), recomendo muito reservar o trajeto no site da Blacklane. Essa companhia presente em diversas cidades do mundo todo (e que já recomendei aqui outras vezes) tem sempre carros e motoristas excelentes, super pontuais, e o preço da viagem é sempre 100% fixo, sem surpresas, independentemente de enfrentarmos ou não congestionamentos no caminho. O serviço da Blacklane é especialmente útil para quem chega ou sai de Narita de madrugada, horário em que o trem Narita Express não funciona - foi exatamente esse o meu caso no dia do meu voo de Tóquio para Shanghai.
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