PUBLICIDADE

Salvador ganha primeiro museu do carnaval

Casa do Carnaval abre nesta segunda-feira e narra, de maneira interativa, a história de uma das maiores festas do mundo

PUBLICIDADE

Por Ananda Portela
Atualização:
Fantasia dos artistas Foto: Valter Pontes/Secom Prefeitura

SALVADOR - Conhecida como uma das capitais do carnaval, Salvador inaugura nesta segunda o primeiro museu que celebra a história da festa mais tradicional do País. Localizada no Centro Histórico da cidade, ao lado da Catedral Basílica de São Salvador, a Casa do Carnaval abre as portas para o público em plena semana pré-carnaval. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) é a responsável pelo local.

PUBLICIDADE

Além de contarem a história da festa, os quatro pavimentos da casa - subsolo, térreo, primeiro andar e terraço - possibilitam que o visitante entre em contato com o espaço. Gringo Cardia, curador do museu, explica que o diferencial da Casa é justamente misturar o passado com os avanços do presente. “Não existe carnaval sem o brincar. Então, com o uso da tecnologia, a gente proporciona essa experiência sensorial e brinca quem quer”, pontua o curador.

O projeto da Casa foi posto em prática há apenas quatro meses. Gringo, que é gaúcho, idealizou o museu em conjunto com uma equipe de historiadores e artistas a partir da cultura do local, além de sua experiência com a Bahia. “Sou baiano de coração”, declara Cardia.

A primeira experiência do público, no térreo, ocorre com os quadros dispostos numa estante - eles são uma espécie de resumo do que está por vir dentro da Casa. Gringo, por meio de fotos memoráveis do carnaval, narra momentos importantes ao longo da história da festa, como a estreia do bloco Ilê Aiyê, as apresentações de Caetano Veloso e Gilberto Gil e a ilustre gravação do clipe de Michael Jackson com o Olodum, no Pelourinho.

Ainda neste mesmo andar, o público mergulha nos primórdios da festa popular. Na sala

Origens do Carnaval

, com capacidade para 20 pessoas, Gringo se aprofundou na influência africana que a folia recebe. Por isso, há um sombreiro imperial, semelhante àquele utilizado nos cortejos afro, logo na entrada na sala. O espaço ainda recebeu 200 bonecos de cerâmica que representam figuras típicas da festa, além de um mapa demonstrativo da infraestrutura desenvolvida pela cidade para receber o carnaval e vídeos explicativos. Os visitantes acompanham todas as projeções de vídeo com auxílio de um fone de ouvido e um aparelho com gravações disponíveis em inglês e português.

Publicidade

A

Sala da Criatividade

, com capacidade para 40 pessoas, é o próximo espaço a ser visitado pelo público. Diversidade, mistura, evolução, irreverência e criatividade da festa ditam o ritmo deste ambiente que conta com vídeos e vitrines repletas de materiais de artistas. Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Saulo Fernandes, Carlinhos Brown e Claudia Leitte, por exemplo, cederam peças originais de seus figurinos utilizadas nos desfiles dos trios elétricos. A cultura afro, principal referência do carnaval baiano, tem um espaço cativo na exposição. Gringo dedicou vitrines para as fantasias e roupas do Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Muzenza e Olodum.

 

Colorido terraço da Casa do Carnaval Foto: Valter Pontes/Secom Prefeitura

A festa baiana. 

Pronto, agora é hora de realmente entender o que é o carnaval baiano. O primeiro andar da Casa tem duas salas de cinema interativo. Logo na entrada, ao comprar o ingresso, o visitante escolhe qual filme quer assistir; cada sessão dura 10 minutos, com mais cinco para fotos com os ornamentos que são disponibilizados dentro da sala. O público pode escolher entre máscaras, adereços e colares para se esbaldar na aula de dança durante a exibição do filme, que ensina cerca de 11 coreografias.

Depois da dança, os visitantes são guiados até o terraço da Casa do Carnaval. A vista para a

Baía de Todos-os-Santos

, uma verdadeira obra de arte, fecha com chave de ouro a experiência do público. Com fitas coloridas cobrindo o teto e mesas dispostas no lounge, a cenografia resgata o espírito da festa.

Publicidade

Por último, mas não menos importante, o subsolo é repleto de materiais de estudo sobre a folia. “A intenção da casa é ser um lugar de pesquisa”, explica Gringo Cardia. O espaço é destinado a pesquisadores e estudiosos, e por isso, a visita precisa ser agendada.

A Casa do Carnaval é um registro da importância da cultura brasileira, em especial, a do carnaval baiano, que contribui para a manutenção da riqueza das festas brasileiras.

SERVIÇO

Casa do Carnaval

Endereço: Praça Ramos de Queiroz - s/nº

Inauguração: 16h

Funcionamento: 11h às 19h

Publicidade

Preço: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia)

Agendamento por telefone: (71) 3324-6760 / 3324-6791

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.