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Quem quer ver como realmente era o Muro de Berlim deve rumar para a Bernauer Strasse. Saindo da estação de metrô de mesmo nome, pegue a rua à esquerda e passeie por um longo trecho que já foi “terra de ninguém”. Hoje, o lugar é ocupado por turistas e berlinenses, que aproveitam os dias de sol no gramado. No passado, era onde cidadãos da Alemanha Oriental morriam tentando escapar para o lado Ocidental.
Uma exposição ao ar livre apresenta fotos e histórias, como as de pessoas que moravam nos prédios próximos ao muro e pularam de suas janelas na tentativa de escapar e a de um soldado do leste que pulou o muro quando ele havia acabado de ser instalado, em agosto de 1961, e ainda era uma cerca de arame farpado.
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Do outro lado da rua, em um centro de documentação, há mais informações históricas. O destaque do espaço é a vista que se tem do quinto andar: ali é possível ver o muro como ele era, com um lado mais baixo, outro mais alto, uma faixa de areia no meio, uma torre de observação e os postes de luz.
Uma vez lá, também vale caminhar até a estação Nordbanhof para ver uma exposição sobre as estações fantasmas da época da Guerra Fria. As atuais linhas U6 e U8 do metrô, que começavam no oeste, passavam pelo leste e terminavam no oeste, deixaram de parar nas estações do leste, que ficaram conhecidas como estações fantasma. Os trens apenas diminuíam a velocidade para que os guardas posicionados nas plataformas se certificassem de que não havia fugitivos tentando pegar carona com os trens do oeste.
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Aula de história
Um percurso pelo caminho do muro não pode deixar de fora a Bornholmer Strasse, local onde foi aberta a primeira passagem do leste para o oeste, quando, pressionados pela multidão e sem receber nenhuma orientação de seus superiores, os guardas da fronteira liberaram a circulação entre as duas Alemanhas. Mais de cem cerejeiras foram plantadas no local, um presente do Japão para a Alemanha após a reunificação do país.
Por fim, ao lado da estação Gesundbrunnen, a organização Berliner Unterwelten oferece dois tours que ensinam mais do que muito livro de história. O tour 3 percorre bunkers da Guerra Fria e o tour M fala dos túneis que os cidadãos do leste construíam sob o muro para fugir - durante os anos do muro, 39 túneis levaram pelo menos 254 pessoas do leste para o oeste da Alemanha, de acordo com o país. Ambos valem cada centavo dos € 15 investidos. Se você tiver de escolher apenas uma atração paga sobre esses anos em que Berlim foi dividida, esta é a escolha.
Experiência na fronteira
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Durante os 28 anos em que o muro dividiu Berlim, a estação de Friedrichstrasse era o ponto de passagem para os cidadãos comuns do oeste que visitavam seus parentes no leste. Mais do que a estação em si, o que vale a pena é o Tränenpalast (ou Palácio das Lágrimas), que tem visitação gratuita.
Ali era realizado o controle de passaportes dos visitantes e, devido às muitas despedidas de familiares e amigos separados pelo muro que ocorreram às suas portas, ele ganhou este simbólico nome. Aos passageiros não era permitido levar presentes para os parentes e muito menos livros e revistas. Os controles eram rigorosos.
Em uma exibição gratuita, é possível conhecer as histórias de pessoas que tiveram as vidas afetadas pelo muro, ver objetos históricos e entrar em uma cabine de controle de passaporte. O Tränenpalast é um lugar obrigatório em Berlim para quem quer entender melhor a história do muro. Saí de lá comovida e tentando segurar as minhas próprias lágrimas.