Foto: Daniel Jedzura/Adobe Stock

Ciência

Como o cérebro muda em pessoas que têm depressão?

Novo estudo revela que pessoas que sofrem com a doença podem ter aumento de quase duas vezes em um circuito do córtex cerebral. Entenda o que isso significa.

Foto: Adimas/Adobe Stock

Descoberta rara

O trabalho, publicado este mês, pode alterar a compreensão, diagnóstico e tratamento da depressão. Isso porque ele identificou sintomas físicos no cérebro, uma descoberta rara no universo da psiquiatria.

Foto: Shotprime Studio/Adobe Stock

Como é o diagnóstico hoje?

Doenças psiquiátricas geralmente se manifestam como alterações no humor ou comportamento do paciente e os diagnósticos são feitos por meio de conversação ou observação do comportamento. Não existem testes de laboratório capazes de detectar ou medir correlatos físicos.

Foto: Nature.com

Novos métodos

Há décadas, cientistas examinam o cérebro de pessoas com doenças psiquiátricas e os comparam com pessoas saudáveis sem encontrar mudanças significativas. Mas, nos últimos, anos foram desenvolvidos métodos capazes de mapear a anatomia de circuitos cerebrais e sua atividade.

Foto: Nejron Photo/Adobe Stock

Análise por ressonância magnética

Um desses métodos é a análise funcional de precisão usando ressonância magnética. Ele exige que a pessoa seja submetida a repetidas coletas de dados em um equipamento de ressonância e, pela primeira vez, foi utilizado para comparar cérebros de pessoas saudáveis com os de quem sofre de depressão.

Foto: Nature.com

Circuitos cerebrais

No experimento principal, foram comparadas seis pessoas com depressão severa e 37 pessoas normais. Elas tiveram o tamanho e o local de circuitos específicos do cérebro comparados.

Foto: Terovesalainen/Adobe Stock

Aumentado pela depressão

Os cientistas observaram, com uma simples inspeção visual, que uma área denominada de rede da saliência frontoestriatal era quase duas vezes maior (73% em média) nas pessoas com depressão. Depois, a descoberta foi confirmada em outras 135 pessoas com depressão.

Foto: Uwe /Adobe Stock

Estímulos relacionados ao prazer

Essa rede de neurônios, os circuitos frontoestriatais, ocupa aproximadamente 3% da área do córtex cerebral e está envolvida no processamento de estímulos relacionados ao prazer. Eles integram, ao nível consciente, respostas do sistema autônomo com desejos e demandas ambientais.

Foto: Pracha/Adobe Stock

Presente ao longo da vida

Os cientistas também descobriram que o aumento permanece ao longo da vida das pessoas, mesmo quando não estão vivendo uma crise depressiva. Até mesmo em crianças essa característica foi encontrada – no futuro, elas desenvolveram depressão.

Foto: Nathanael Kiefer/Adobe Stock

Causa ou consequência

Esses resultados demonstram que o aumento pode ser a causa ou a consequência da depressão, servindo para confirmar o diagnóstico, determinar o prognóstico e talvez prevenir episódios de depressão antes que eles ocorram, além de contribuir em estudos sobre causas e medicamentos.

Foto: Valentin/Adobe Stoc

Tecnologia de alto custo

O principal obstáculo do uso disseminado desta tecnologia é o alto custo do equipamento, a necessidade de exames muito longos, e a complexidade da interpretação. Tudo isso sugere que vai levar algum tempo para esse exame ser incorporado em larga escala no diagnóstico e tratamento da depressão.

Foto: Tatiana Shepeleva/Adobe Stock

Para saber mais sobre descobertas científicas, acesse o site do Estadão.

Leia mais

Reportagem

Fernando Reinach

Produção

Giovanna Castro