Foto: Dida Sampaio
Indiciado por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é suspeito de desviar joias e itens de luxo do patrimônio da União. O valor parcial dos presentes, entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente, soma R$ 6,8 milhões, segundo o relatório da Polícia Federal (PF) .
Foto: Polícia Federal
Composto por um rosário árabe, um relógio Rolex, abotoaduras de metal, uma caneta Chopard e um anel em metal, o kit teve apenas dois itens avaliados, segundo o relatório. A perícia estimou que o relógio vale US$ 73.749,50 (R$ 365 mil) e a caneta US$ 20 mil (R$ 99 mil). O Estadão mostrou que Bolsonaro ganhou o kit em uma viagem oficial a Doha, no Catar, em outubro de 2019.
Foto: Polícia Federal
Também com cinco itens do mesmo tipo, o kit contém dois artigos que já passaram por perícia: o relógio Chopard L.U.C, que vale US$ 109.101,83 (R$ 536,7 mil) e a caneta da mesma marca, avaliada em US$ 4 mil (R$ 9,6 mil). O pacote teria entrado no País em outubro de 2021, trazido pela comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.
Foto: Reprodução/TV Globo
Conjunto que estampou notícias sobre o esquema, o kit é composto de um anel prateado (US$ 30.292,91), um par de brincos (US$ 126.341,56) e um colar prateado (US$ 671.660,20). A perícia avaliou que os três valem juntos US$ 828.294,67, ou R$ 4,15 milhões. O presente do regime saudita foi retido na Receita Federal do aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021. O Estadão revelou a tentativa do governo Bolsonaro reaver os itens nos últimos dias de seu mandato.
Foto: Polícia Federal
A joia também faz parte do conjunto feminino retido pela Receita Federal do aeroporto de Guarulhos e foi avaliada em US$ 187.608 (R$ 935.057). A perícia identificou que o relógio, cravejado de diamantes, não consta no catálogo oficial do fabricante e foi confeccionado “sob encomenda”.
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A escultura foi entregue pelo príncipe saudita Abdulaziz Bin Salman ao então ministro Bento Albuquerque, que representava Bolsonaro na viagem. O relatório da PF mostra o cavalo quebrado e retirado da base original. “Quando íntegra e bem conservada”, a peça vale US$ 4.971,12, ou quase R$ 24,8 mil, aponta a perícia.
Foto: Polícia Federal
O cálculo dos desvios ainda pode aumentar. Isso porque itens como uma escultura dourada em formato de barco e outra representando uma palmeira, além de um relógio da marca Patek Philippe, não foram localizados. Outras joias, como abotoadeiras e anéis, ainda não passaram por perícia.
Foto: Pedro Kirilos/Estadão
Entenda a retirada do sigilo de inquérito sobre o caso das joias e o que ocorre a partir de agora com Bolsonaro.
Karina Ferreira