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TCU apontou autorizações de registro para pessoas cumprindo penas por crimes diversos e com mandado de prisão em aberto em relatório sigiloso sobre o controle de armamento pelos militares
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O Exército emitiu licenças de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) para condenados por crimes como tráfico de drogas e homicídio, foragidos da Justiça e para possíveis “laranjas” do crime organizado.
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O cenário está descrito em um relatório sigiloso do Tribunal de Contas da União (TCU), obtido pelo Estadão, e abrange o período de 2019 a 2022, da gestão Jair Bolsonaro (PL). Procurado, o Exército disse que não daria detalhes pelo caráter sigiloso do documento. A assessoria do ex-presidente não comentou.
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No período analisado, 5.235 pessoas em cumprimento de pena puderam obter, renovar ou manter seus certificados de registro. Do total, 1.504 tinham processos de execução penal ativos. Também foram liberadas armas a 2.690 pessoas com mandado de prisão em aberto, ou seja, foragidos da Justiça.
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O relatório do TCU conclui que o Estatuto do Desarmamento tem sido descumprido. Um dos motivos apontados é a falta de uma declaração de antecedentes nacional e unificada. A descentralização decorre de um decreto de 2019 de Bolsonaro.
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O documento também elenca os crimes mais comuns que renderam condenações aos CACs. Entre eles, homicídio, tráfico de drogas, lesão corporal dolosa, direção sob efeito de álcool, roubo, receptação e ameaça.
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A legislação não prevê um procedimento para reconhecer e limitar os solicitantes suspeitos. Contudo, a auditoria do TCU defende a adoção de mecanismos que possam servir a análises de risco.
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A auditoria alertou ainda para o risco de milhares de “laranjas” estarem providenciando armas ao crime organizado. Desde que Bolsonaro afrouxou critérios para acesso aos itens, inquéritos policiais vêm identificando o registro de CACs para intermediários de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
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O retrato foi obtido pelos técnicos do TCU cruzando os cadastros do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas de Fogo (Sigma) com outras bases de dados, mas o quadro de registros irregulares é ainda pior do que o apontado na auditoria, pois algumas dessas bases não contemplam todos os Estados.
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“A concessão, a revalidação e o não cancelamento de CRs (registros de armas para CACs) vinculados a pessoas inidôneas possibilita o acesso delas a armas de fogo e munições, representando um risco à segurança pública”, afirma o relatório do TCU.
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A reportagem submeteu os principais dados do relatório a dois especialistas. Leia a análise e o texto completo.
Juliano Galisi
Tácio Lorran e Vinícius Valfré