Foto: Wilton Junior/Estadão

Investigação

Quem falou e quem ficou em silêncio nos depoimentos sobre a tentativa de golpe?

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou nesta sexta-feira, 15, o sigilo dos depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus aliados, que são investigados por planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

Foto: Alan Santos/Presidência da República

Marco Antonio Freire Gomes

Chamado para depor como testemunha, o ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes disse que Bolsonaro se reuniu com os chefes das Forças Armadas para apresentar argumentos jurídicos que permitiriam uma ruptura democrática.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Carlos de Almeida Baptista Júnior

Ex-comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior disse, em depoimento como testemunha, que alertou Bolsonaro sobre a inexistência de qualquer fraude nas eleições de 2022. Baptista Júnior afirmou também que tinha plena confiança na lisura do pleito.

Foto: Alex Silva/Estadão

Valdemar Costa Neto

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou aos investigadores que foi pressionado por Bolsonaro e outros parlamentares da sigla a entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar o resultado das eleições. Segundo Valdemar, “nunca foi apresentado nada consistente”.

Foto: Wilton Junior/Estadão

Anderson Torres

Apontado como o responsável por produzir argumentos jurídicos para a consumação do golpe, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres negou acreditar em fraudes nas urnas eletrônicas. Torres também disse que nunca questionou a lisura do processo eleitoral.

Foto: @tercioarnaud via Facebook

Tércio Arnaud Tomaz

Ex-assessor da Presidência durante o governo Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz negou ter participado de reuniões com teor golpista. O ex-assessor também disse que não tratou sobre o planejamento de um golpe com outros investigados pela PF.

Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Filipe Garcia Martins

Filipe Garcia Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, que, segundo as investigações, entregou nas mãos de Bolsonaro uma minuta de golpe de Estado, ficou em silêncio na maior parte do depoimento. Ele respondeu apenas que não saiu do País no final do governo do ex-presidente. Essa acusação motivou a sua prisão preventiva no mês passado.

Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

Estevam Cals Theophilo

O ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter) general Estevam Theophilo admitiu para a PF que esteve três vezes no Alvorada após o segundo turno das eleições de 2022. O militar, porém, se calou ao ser questionado sobre mensagens que o implicam diretamente na tentativa de golpe.

Foto: Wilton Junior/Estadão

Outros seis investigados responderam às perguntas da PF

Também responderam às perguntas dos investigadores da PF o coronel Bernardo Romão Correâ Netto, o tenente-coronel Cleverson Ney Magalhães, o empresário Eder Lindsay Magalhães Balbino, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida e os coronéis Laercio Vergílio e Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro não respondeu a nenhuma das perguntas dos investigadores sobre a tentativa de golpe de Estado. Durante a manifestação realizada na Avenida Paulista no mês passado, ele negou ter conspirado contra a democracia e minimizou as provas obtidas pela PF.

Foto: José Dias/PR

Walter Braga Netto

Ex-ministro da Defesa e companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, o general Walter Braga Netto também ficou em silêncio durante o depoimento. Segundo as investigações, ele seria a ponte entre militares e manifestantes bolsonaristas que pediam por uma intervenção militar.

Foto: Wilton Junior/Estadão

Augusto Heleno

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), também decidiu não responder aos questionamentos da PF durante a oitiva. Um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, é investigado por auxiliar a tomada de decisões para a consumação do golpe e por monitorar Alexandre de Moraes.

Foto: Wilton Junior/Estadão

Outros 11 ficaram em silêncio

Outros 11 investigados também decidiram ficar calados durante os depoimentos. Foram eles: o general Paulo Sérgio Nogueira; o almirante Almir Garnier Santos; o coronel Marcelo Câmara; o general Mario Fernandes; o coronel Ailton Gonçalves Moraes Barros; o major Angelo Martins Denicoli; o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Junior; o major Rafael Martins; o padre José Eduardo de Oliveira e Silva e o advogado Amauri Feres Saad.

Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Veja a íntegra dos depoimentos dos envolvidos no inquérito da tentativa de golpe de Estado na reportagem do Estadão.

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Texto

Gabriel de Sousa

Reportagem

Pepita Ortega e Fausto Macedo