Muros na água, ‘transfusão’ de areia e farol: como são as obras em praias de Caraguatatuba

Terceira maior intervenção já realizada no litoral paulista, obra em Caraguatatuba está na fase final e promete facilitar a passagem dos barcos e evitar enchentes, segundo a prefeitura.

Obra deve ficar pronta em julho

Os estudos para o projeto se iniciaram em 2017 e a licença foi aprovada pela Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) em agosto de 2020. A obra foi licitada em abril de 2022 e deve ser entregue em julho deste ano.

20 mil caminhões de pedras

O nome técnico da obra é enrocamento, com o uso de molhes – estruturas de pedra construídas na água. Para erguer o muro norte, com 1,2 mil metros de extensão, e o sul, com 1.350 metros, a prefeitura já usou mais de 20 mil caminhões de pedras.

Único rio navegável da região

A estrutura formou um canal de 190 metros de largura por até 1,3 quilômetro de extensão, a partir da foz do curso d’água, que está sendo desassoreado. O Juqueriquerê é o maior rio e o único navegável da região.

Reflexos no entorno

A obra, que tem o objetivo de facilitar a navegação e evitar enchentes na região, está mudando o perfil do litoral no município. A areia retirada do canal está sendo usada para engordar as praias do entorno, atingidas pela erosão.

Obra de R$ 42,5 milhões

A obra está estimada em R$ 42,5 milhões. Segundo a prefeitura, foram cumpridas as compensações ambientais exigidas pela Cetesb, fazendo replantio de árvores retiradas durante a obra, e a região do molhe está sendo reurbanizada com verba de R$ 6,5 milhões liberadas pelo Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias (Dade), do Estado.

Projeto em expansão

O projeto completo da obra prevê ciclovia, paisagismo, guarda-corpos nos molhes e a construção de farol, ainda em fase de projeto. O entorno do rio ganhou o Parque Natural Municipal de Juqueriquerê, com trilhas e um observatório de aves.

Movimento de embarcações

No Rio Juqueriquerê e seu entorno estão instaladas 13 marinas, além de entreposto de pesca e de estaleiro para manutenção de barcos e escunas. Centenas de embarcações circulam regularmente pelo rio e sua foz, mas a navegação ainda é limitada pelo assoreamento.

Escoamento de toras

O rio faz parte da história de Caraguatatuba. No início do século 20, a região foi explorada para o corte de árvores visando a fornecer dormentes para as ferrovias, e as toras eram transportadas em balsas pelo Rio Juqueriquerê e levadas para São Sebastião e Santos.