A ativista climática sueca Greta Thunberg, de 21 anos, mais uma vez não participa da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-29), realizada até o dia 22 em Baku, no Azerbaijão.
É a terceira ausência seguida da jovem sueca, que em 2021 chegou a classificar a conferência como “bla, bla, bla”.
Além de não participar, Greta protestou contra a escolha da sede, que tem sido alvo de críticas por ter a economia fortemente baseada na exploração do petróleo e do gás.
Ela e outros ativistas se reuniram em Tbilisi, capital da Geórgia, na segunda-feira, 11, para protestar contra “o autoritarismo, o greenwashing, a guerra e a exploração capitalista”, conforme ela escreveu no X (ex-Twitter).
Ela também participou recentemente de outro protesto em Yerevan, na Armênia, país que tem uma relação conflituosa com o Azerbaijão.
No ano passado, a conferência climática foi realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e em 2022, em Sharm-el-Sheik, no Egito. Os dois países também são questionados por restrições a ativistas de direitos humanos.
A agência da ONU para as Nações Unidas tem minimizado as críticas e afirmado que todas as nações participantes podem se candidatar como sede do evento.
Segundo a ativista, o Azerbaijão usa a COP-29 como “fachada”, enquanto “intensifica o controle, sob uma falsa agenda verde, consolidando seu poder e aumentando as tensões regionais”.
“Há mais de 20 anos, o regime de (Ilham) Aliyev no Azerbaijão mantém as pessoas oprimidas, promovendo pobreza, medo e silêncio.”, escreveu.
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Conforme já mostrou o Estadão, no Democracy Index, produzido pela revista britânica The Economist, o Azerbaijão está na 130ª posição de 167 países, classificado como um regime totalmente autoritário, com a nota 2,8 de dez.
A Human Rights Watch produz relatórios anuais sobre a repressão e a violência de Estado no país. Para a organização Repórteres Sem Fronteira, o Azerbaijão ocupa a 164ª posição em seu ranking de liberdade de imprensa, de 180 países.
Ao discursar na COP, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev disse que o petróleo e o gás são “presentes de Deus” e que os países que têm esses recursos naturais não devem ser culpados. A queima desses combustíveis libera os gases de efeito de estufa, um dos principais fatores ligados às mudanças climáticas.
Mais cedo, ao abrir a cúpula dos líderes mundiais, o secretário-geral da ONU, António Guterres mencionou o acordo da edição passada da Cúpula do Clima, de afastamento gradual da exploração de petróleo, gás e carvão. E disse que continuar a “apostar em combustíveis fósseis é um absurdo”. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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