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Esclareça as suas dúvidas :: J

. 1 - Evite o emprego de , especialmente nos títulos, como recurso para aumentar o tamanho da linha. Veja que em todos os exemplos a seguir o já não só está mal colocado como é perfeitamente dispensável: Vitória já preocupa o São Paulo. / Villeneuve já inicia testes para o GP dos EUA. / Polícia já identifica os agressores do deputado. 2 - Quando indica mudança de situação, porém, o já cabe perfeitamente na frase: Avião particular já não é privilégio de executivos (era e deixou de ser). / Brasil já é o terceiro produtor de arroz (passou a ser). / As montadoras de carros já aceitam novos concorrentes. / Terremoto já matou 600 na Colômbia.

Jabuti, jabuticaba. Com u.

Já ... mais. O uso simultâneo de ; e mais constitui redundância, como na frase Pedro já não é mais o presidente da associação. Escreva apenas que Pedro já não é o presidente da associação (muitos autores condenam a forma equivalente Pedro não é mais o presidente da associação, tachando-a de galicismo). Igualmente: Já não há solução.

Japão. Elemento para a formação de adjetivos pátrios: nipo (nipo-brasileiro, nipo-europeu).

Javali. Feminino: javalina (prefira) e gironda.

Joelhos. De joelhos, no plural.

Jogos de palavras. São muito raros os casos de jogos de palavras ou trocadilhos que se justifiquem em jornal. Quase invariavelmente, eles soam de forma artificial e forçada. Ou, por associação de idéias, se repetem no mesmo dia em jornais diferentes, numa demonstração de falta absoluta de originalidade.

Veja alguns exemplos de frases de gosto duvidoso, para dizer o mínimo: Nudistas querem espírito despido de preconceitos. / Cachorro frio ajuda médicos (cães foram congelados para experiência). / O prato de resistência do almoço foi a sucessão presidencial. / A sapateira Joana da Silva, que não dá passo maior que a perna, tenta agora colocar um pé nos Jardins. / Até hoje os plantadores de cana só colheram prejuízos. / Raul de Souza põe a boca no trombone (trata-se de um trombonista). / Sílvio Santos vem aí para prefeito. / Telefones estão no fim da linha. / Seis cordas dão o Tom (violonista grava músicas de Tom Jobim). / Zagalo aposta na esquerda para estrear na Copa com o pé direito. / Pista de kart dá velocidade ao lazer na Mooca. / Chapelarias resistem e ainda fazem a cabeça./ O futebol brasileiro torna-se cada vez mais exportador de pé-de-obra.

Eis, ao contrário, jogos de palavras aceitáveis: Ao prefeito, com carinho./ Tudo pelo tributário. / O Cidadão Welles. / À procura do encanto perdido.

Em dúvida, não hesite: é preferível uma boa imagem ou título "tradicional" a um jogo de palavras pretensamente criativo que só comprometa o texto do jornal.

Jogral. Feminino: jogralesa.

Jornada. É a duração do trabalho diário. Por isso, não existe "jornada semanal" nem "mensal".

Judeu, judiação, judiar, judiaria. Use judeu apenas para designar o natural de Israel ou aquele que professa a religião judaica. Nunca empregue a palavra no sentido popular ou pejorativo de agiota e usurário. Da mesma forma, substitua judiar por maltratar e judiação e judiaria por maus-tratos ou equivalente.

Júnior. Plural: juniores (ô).

Junto. A forma vai depender do sentido da frase: a) Adjetivo. Concorda com o substantivo: As irmãs estavam juntas. / Encontrei os amigos juntos. / Segundo a carta junta... b) Advérbio. Fica invariável e modifica o verbo: Junto remeto a folha de pagamento./ Envio junto os dois relatórios. c) Locução. Pode ser junto a, junto de ou junto com: Estava junto do pai. / As casas ficavam junto do mercado. / Construiu o edifício junto à estação./ Saiu junto com o tio. / Levei-os junto comigo.

Junto a. 1 - Atenção para o uso indevido da locução. Ninguém compra algo junto a, faz entendimentos junto a, encaminha pedidos junto a, pede providências junto a, mantém negociações junto a e muito menos adquire o passe de um jogador junto a outro time ou toma um atleta emprestado junto a. Use a preposição que o verbo exigir: Estava em negociações com o Banco do Estado (em vez de "junto ao"). / Pediu o empréstimo ao BNDES (em vez de "junto ao"). / Adquiriu do Vasco o passe do jogador (e não"junto ao"). / Encaminhou a solicitação ao governo do Estado (e não "junto ao"). / Solicitou providências das (em vez de "junto às") autoridades / Entrou com o recurso no Tribunal de Justiça (em vez de"junto ao")./ A decisão repercutiu mal entre os brasileiros (em vez de "junto aos")./ As cotas do fundo não poderão ser cobradas do governo (em vez de "junto ao").2 - Junto a, no entanto, pode equivaler a adido a: O embaixador brasileiro junto ao Vaticano deixa o cargo amanhã.

Junto com. Redundância. Use com, apenas: Os empresários participaram da iniciativa com (e não "junto com") os sindicalistas. / Saiu com (e não "junto com") o diretor.

Jurar. 1 - Significa prometer solenemente: Jurou dizer somente a verdade. 2 - Seu uso como garantir, prometer é modismo a evitar: O jogador garantiu (e não "jurou") que não tinha nenhum problema. / "Vou fazer o que puder para vencer", prometeu (e não "jurou").

"Justiçar". Só em citações (entre aspas) pode ser usado como sinônimo de matar ou executar.

"Justiceiro". No caso do matador por encomenda ou por conta própria, use a palavra sempre entre aspas, no título, ou, no texto, seguida de explicações como: Um "justiceiro"(assassino profissional) foi o autor...

"Justificar que". Justifica-se alguma coisa, mas não se justifica que.

Justo. Evite o anglicismo. Use justamente, e não "justo", em frases como:Justamente agora (em vez de justo agora) ele perdeu o emprego./ O deputado anunciou que ia sair candidato justamente (e não justo) na terra do maior adversário. Ou seja, sempre que justo puder ser substituído por justamente, é esta palavra que se deve usar.