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Esclareça as suas dúvidas :: Erros

Para manter sua confiabilidade e credibilidade, o jornal deve fazer o possível para não publicar erros de nenhuma espécie. Veja alguns dos casos que ocorrem com maior freqüência e procure evitá-los:

1 - Nomes. O Estado escreve os nomes e sobrenomes segundo a forma que as pessoas adotam. Por isso, verifique-os sempre com cuidado, para que figurem no noticiário de maneira correta. A observação vale também para os nomes geográficos e palavras estrangeiras. Em caso de dúvida, consulte o vocabulário do fim deste volume.

2 - Siglas. Procure também explicar convenientemente as siglas ao leitor e evite discriminá-las erradamente. Por exemplo: STF é Supremo Tribunal Federal e não "Superior" Tribunal Federal. Da mesma forma, CNBB é Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e não "Confederação" Nacional e INSS é Instituto Nacional do Seguro e não "da Seguridade" Social.

3 - Palavras. A lista publicada no fim deste volume inclui a maioria das palavras da língua portuguesa que possam dar margem a dúvidas quanto à ortografia, além de milhares de termos estrangeiros, designações geográficas e nomes de produtos ou de empresas muito usados no noticiário. Nunca deixe de recorrer a ela.

4 - Informação. É um dos erros mais graves que o jornal pode divulgar. Por isso, confira sempre cuidadosamente as informações que recolher; recorra a mais de uma fonte, quando necessário; verifique, enfim, todos os dados em que possa haver qualquer engano que comprometa a seriedade da notícia.

5 - Serviços. É um dos piores tipos de erro que o jornal pode publicar. O leitor muitas vezes programa as suas atividades em função do horário de uma sessão de teatro ou cinema e é natural que se irrite quando a informação fornecida não corresponde à realidade. Por isso, confira sempre com todo o cuidado - principalmente se você recebeu a indicação com muita antecedência - se a televisão vai mesmo transmitir ao vivo determinado jogo, se o filme, a peça de teatro, o show, a festa, etc., começam efetivamente no horário divulgado, se o local é realmente o do espetáculo, se as inscrições de um concurso ou do vestibular vão mesmo até determinado dia. Para um leitor do jornal, nenhuma desculpa ou retificação compensa a perda da inscrição para uma prova, por exemplo.

6 - Enumerações. Tenha sempre em mente: é comum uma notícia dizer que havia seis pessoas presentes num determinado local e, na hora de relacionar os nomes, fornecer apenas cinco deles. Por isso, conte sempre os nomes para ver se são mesmo seis.

7 - Números. A transcrição de números das anotações do repórter ou do texto provisório para o definitivo favorece o aparecimento de erros no original. É outro item a ser conferido com atenção.

8 - Concordância. Dos erros gramaticais, é talvez o que surge com maior freqüência nos textos. Repasse o original com cuidado para eliminá-los e consulte o verbete concordância, subtítulo erros.

9 - Conhecimento. Evite que erros de conhecimento comprometam o texto. Não diga, por exemplo: Um relâmpago caiu no fio do trólebus. O que atinge o fio é o raio. Não escreva, também: Havia muitas pessoas no féretro (o féretro é o caixão, não o cortejo). / Somente amanhã deverá ser extraída a cápsula da vítima (a cápsula é apenas o envoltório da bala). Outra forma a evitar: A geada caiu... A geada forma-se, não cai (é o resultado do congelamento das gotas de orvalho). Finalmente, lembre-se: a Muralha da China não é uma das sete maravilhas do mundo.

10 - Citações. Nunca cite de memória, porque provavelmente você cometerá algum equívoco. Consulte um dicionário de citações, recorra ao Arquivo, apele para os colegas. Tudo justifica o esforço para evitar uma transcrição errada ou incompleta.

11 - Declarações. Leia sempre com cuidado suas anotações ou volte a fita do gravador para que as declarações de entrevistados sejam reproduzidas com a maior fidelidade possível. Lembre-se de que qualquer distorção nas afirmações não apenas levará uma informação incorreta ao leitor como criará problemas para você e para o jornal.

12 - Autores. Consulte dicionários, livros especializados ou o Arquivo para fugir a um erro muito comum nas informações: a citação incorreta ou trocada do nome do autor de uma obra ou declaração ou mesmo a menção incompleta (se uma música, por exemplo, é de Noel Rosa e Vadico, escreva isso, e não se refira apenas ao parceiro mais famoso).

13 - Intérpretes. Proceda da mesma forma com relação aos intérpretes. Você pode confundir o ator que trabalhou num filme com o de outro ou a cantora que gravou uma canção com outra.

14 - Memória. Por tudo isso, desconfie da memória. O Arquivo, por exemplo, é sempre uma fonte mais segura. Se você está em cima da hora de concluir a matéria, entregue-a à chefia. E procure em seguida conferir a informação em dúvida. Sempre haverá tempo de corrigi-la.

15 - Gramática. Nem todos são obrigados a conhecer todas as regras gramaticais. Por isso, este manual teve a preocupação de relacionar as principais delas. Nunca deixe de esclarecer nenhuma dúvida sobre crase, concordância, conjugação verbal, regência, formação do plural, colocação de pronomes, acentuação e outras. Folheie o manual regularmente para ir descobrindo as demais e, principalmente, observações sobre formas gramaticais corretas e incorretas, diferenças entre mal e mau, etc. O leitor merece todo o empenho para que o número de erros de uma edição do jornal se reduza cada dia mais.

16 - Íntegras. Erros de linguagem em textos oficiais - notas, transcrição de discursos, comunicados, projetos, etc. - devem em geral ser corrigidos, principalmente quanto à acentuação, grafia, pontuação, regência e concordância. Evite apenas desfigurar o teor desses documentos. Em casos especiais (mas sempre com consulta à Direção de Redação), eles podem ser mantidos, desde que se registre expressamente a observância do texto original ou se marquem os erros mais gritantes com um sic. Não leve em conta nas íntegras a relação de palavras vetadas constante do Manual.

17 - Os cem mais. Ver a lista dos cem erros mais comuns do idioma.