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Esclareça as suas dúvidas :: Palavras estrangeiras

1 - A palavra estrangeira, na sua forma original, só deverá ser usada quando for absolutamente indispensável. O excesso de termos de outra língua torna o texto pretensioso e pedante. E não se esqueça de explicar sempre, entre parênteses, o significado dos estrangeirismos menos conhecidos.

2 - Se a palavra ou expressão não tiver correspondente em português, porém, ou se este for pouco usado, recorra então ao termo estrangeiro, que vai no mesmo corpo do texto e não em destaque: stand by, hardware, entourage, apartheid, smoking, zoom, slide, holding, shopping center, marketing, joint venture, outdoor, funk.

3 - Não empregue no idioma original palavra que já esteja aportuguesada. Assim, uísque e não whisky; conhaque e não cognac; recorde e não record; chique (ou elegante) e não chic; caratê e não karatê; cachê e não cachet; tarô e não tarot; videopôquer e não videopoker, etc.

4 - Sempre que houver equivalente em português, prefira-o ao estrangeirismo: cardápio e não menu; pré-estréia e não avant-première; adeus e não ciao; escanteio e não corner; cavalheiro e não gentleman; freqüentador e não habitué; senhora e não lady ou madame; encontro e não meeting; senhor e não mister; impedimento e não off-side; primeiro-ministro e não premier; assalto e não round; padrão e não standard; fim de semana e não week-end; desempenho e não performance.

5 - Mesmo que você as julgue muito conhecidas, traduza sempre as citações em língua estrangeira: "Après moi le déluge." ("Depois de mim, o dilúvio.") "Alea jacta est." ("A sorte está lançada.") "To be or not to be: that is the question." ("Ser ou não ser: eis a questão.") Neste caso, use aspas.

6 - A não ser em textos especiais, e mesmo assim com parcimônia, evite ao máximo o uso de expressões estrangeiras (a exemplo das palavras de outras línguas), limitando-se apenas aos casos mais comuns: in memoriam, sine die, sine qua non, causa mortis, grand monde, tour de force, sui generis, honoris causa. Pense, no entanto, que nem todos os leitores saberão o significado de locuções como: à clef, à outrance, ad hoc, nec plus ultra, urbi et orbi, struggle for life, in partibus, et pour cause, rempli de soi-même, off the records, honni soit qui mal y pense.

7 - Nas palavras derivadas de nomes estrangeiros, mantém-se a estrutura original do vocábulo e acrescenta-se o sufixo (ou o prefixo) vernáculo: byroniano, shakespeariano, Bachianas, hobbesiano, behaviorista, kartódromo, taylorismo, marxista, pós-kantismo, pós-weberniano, warrantagem, windsurfista. Exceções: lobista (o Aurélio aportuguesou a forma), corintiano, hanoveriano, nova-iorquino, etc.

8 - Nas palavras oriundas do francês, mantenha o e original, não o transformando em a ou o nos casos seguintes (ninguém escreve manicura, mas manicure, por exemplo): avalanche, cabine, caminhonete, carroceria, champanhe, coquete, croquete, gabardine, lavanderia, limusine, magazine, manchete, manicure, maquete, marquise, marionete, nuance, omelete, pastiche, pelerine, plaquete (livro), popeline, raquete, toalete, tricoline, trompete, vagonete, valise, vedete e vitrine. Use, porém, com a estas palavras: clicheria, etiqueta, guilhotina, hachura, jeremiada, madama, mansarda, percalina, ravina, turbina, usina e vermina.

9 - No aportuguesamento das palavras estrangeiras, o sh em geral se transforma em x, o n das terminações torna-se m ou ão e as consoantes fortes finais recebem e ou ue: xampu (shampoo), xelim (shilling), gueixa (gueisha), raiom (rayon), gim (gin), cupom ou cupão (coupon), panteão (panthéon), orfeão (orphéon), batom (bâton), jetom (jeton), moletom (moleton), clipe (clip), grogue (grog), turfe (turf), clube (club), chique (chic), críquete (crickett), gangue (gang), golfe (golf), lorde (lord), ringue (ring), surfe (surf).